Análise de Mercado

Sudeste Asiático: que mercado é esse?

Juntos, somam 655 milhões de habitantes (FAO, 2018


Publicado em: 25/07/2019 às 00:00hs

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O Sudeste Asiático é composto por onze países, Bangladesh, Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã. Juntos, somam 655 milhões de habitantes (FAO, 2018).

São países que, não possuem grande quantidade de terras agricultáveis, dificultando a produção de alimentos.

São importadores de alimentos, entre eles, carne bovina. Em 2018, do total consumido de carnes (bovina, suína e de frango), 12,1% foi importado. Considerando apenas carne bovina as importações representaram 50,5% do consumido na região.

O que o Sudeste Asiático representa para o Brasil

O Sudeste Asiático é um mercado que está sendo consolidado pelo Brasil. De cinco anos para cá as exportações destas três carnes cresceram 32,0%.

Porém, foi mais recentemente que esse mercado ganhou força. De 2017 para 2018 as exportações de carne de frango cresceram 21,1%, de carne bovina 48,8% e as de carne suína saltaram 82,8%.

Dentre os onze países que compõem o bloco, são quatro os principais compradores do Brasil, Cingapura, Filipinas, Vietnã e Malásia. Juntos, eles representam 95,2% de toda carne brasileira (bovina, suína e de frango) exportada para a região.

Do total de carnes importadas pelo Sudeste Asiático em 2018, 56,1% foram de origem brasileira. Para o Brasil, as exportações para lá representaram 11,0% das exportações totais de suínos, 4,7% de carne de frango e 3,4% de carne bovina.

Janela de oportunidades

Segundo a FAO, a população do Sudeste Asiático aumentará 6,1% até 2023. Esse aumento demográfico, somado à melhora da renda per capita esperada para a região, poderá alavancar o consumo das carnes e, consequentemente, aumentar as importações.

Se o consumo doméstico continuar crescendo no ritmo atual, até 2023 a projeção é de aumento de 4,0% ao ano. Para a carne bovina as projeções estão próximas a 15,0% de crescimento em cinco anos.

Figura 1: Projeções no aumento do consumo doméstico do Sudeste Asiático até 2023 (mil tec).


Fonte: USDA / Elaborado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Segundo projeções realizadas pela Scot Consultoria, nos próximos cinco anos as importações de carne pelo Sudeste Asiático podem aumentar em 43,9%, é uma janela de oportunidades para o Brasil.

Figura 2: Projeções do aumento das importações pelo Sudeste Asiático (mil tec).


Fonte: USDA / Elaborado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Durante o primeiro trimestre de 2019 as exportações brasileiras para a região representaram em carne bovina 4,1%, em carne suína 8,7% e em carne de frango 14,6% do total embarcado pelo Brasil.

Em faturamento as participações foram de 3,3% para a carne bovina, 3,7% para a carne de frango e 9,1% para a carne suína.

A consolidação, de mercados conquistados, e a abertura de novos mercados, é importante principalmente para a carne bovina, cujo rol de compradores está concentrado em poucos destinos.

O Sudeste Asiático representa a diversificação. É um mercado que tem potencial de consumo positivo nos curto e médio prazos.

Fontes

  • Banco de Dados Scot Consultoria.
  • Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
  • Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
  • Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).

Letícia Vecchi - Zootecnista, formada pela Universidade Estadual Paulista – UNESP, Câmpus Botucatu-SP. É analista de mercado da Scot Consultoria. Pesquisadora de mercado nas áreas de boi, leite e grãos.

Fonte: Scot Consultoria

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