Publicado em: 07/08/2025 às 14:00hs
A Usina Caeté vem se destacando pelo uso inteligente da vinhaça, subproduto gerado durante a produção de etanol. A aplicação da vinhaça no campo, por meio da fertirrigação localizada, tem trazido ganhos expressivos tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.
Segundo Mário Sérgio Matias, superintendente agroindustrial da usina, a vinhaça é naturalmente rica em potássio, o que tem permitido uma significativa redução no uso de fertilizantes químicos, especialmente os potássicos.
“Com a aplicação direcionada, conseguimos aproveitar melhor o valor agronômico da vinhaça, diminuindo a necessidade de adubação mineral. Isso evita desperdícios, melhora a eficiência do processo e contribui diretamente para o aumento da produtividade agrícola”, explica Matias.
Além da economia com insumos, a fertirrigação localizada também traz benefícios ambientais importantes. A técnica reduz os riscos de contaminação dos lençóis freáticos e evita a sobrecarga do solo.
“Observamos também melhorias na qualidade do solo, com aumento da matéria orgânica e da atividade biológica”, complementa Matias.
O uso da vinhaça está inserido em um planejamento agrícola estruturado, com foco em manejo nutricional eficiente e controle operacional rigoroso.
“Tudo começa com um planejamento bem feito e segue com acompanhamento constante de custos e indicadores de eficiência”, ressalta o superintendente.
Essa abordagem reforça os compromissos da Usina Caeté com a sustentabilidade, com foco na valorização de subprodutos e na adoção de práticas agrícolas responsáveis.
A empresa também participa ativamente de eventos e fóruns do setor, como o Congresso Nacional da Bioenergia, onde compartilha sua experiência com o aproveitamento de resíduos e tecnologias sustentáveis.
A vinhaça utilizada pela usina também é a base de um projeto de bioenergia que está sendo negociado com a GranBio, empresa brasileira de biotecnologia industrial. O objetivo é transformar a vinhaça e parte do melaço em biogás, biometano e etanol de baixo carbono, por meio da construção de uma biorrefinaria.
Segundo Bernardo Gradin, CEO da GranBio, o projeto está em fase de tratativas, mas segue a estratégia da empresa.
“A Caeté é nossa parceira de longo prazo. Ainda não temos nada assinado, mas estamos negociando o uso da vinhaça para produção de biocombustíveis”, afirma Gradin.
A proposta da biorrefinaria pode consolidar Alagoas como um polo nacional de bioenergia, impactando positivamente toda a cadeia produtiva local e a diversificação da matriz energética.
“O novo marco regulatório do biometano pode colocar o estado entre os primeiros polos de produção contínua desse biocombustível no Brasil”, destaca o CEO.
O executivo também ressalta que o projeto está alinhado com os princípios da economia circular e da transição energética.
“Não se trata apenas de diversificação energética, mas de um passo concreto na redução da pegada de carbono na produção de hidrocarbonetos. É o reaproveitamento de resíduos na prática, promovendo uma agricultura e uma indústria mais sustentáveis”, conclui Gradin.
Com foco em inovação, responsabilidade ambiental e eficiência agrícola, a Usina Caeté transforma um resíduo industrial em solução estratégica, reforçando seu protagonismo na construção de um futuro mais sustentável para o setor sucroenergético e para a bioenergia no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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