Publicado em: 31/07/2025 às 10:10hs
O mercado mundial de açúcar deve registrar um superávit de 3,04 milhões de toneladas na safra 2025/26, de acordo com relatório da consultoria financeira StoneX. O número representa uma redução de aproximadamente 700 mil toneladas em relação à estimativa divulgada em maio.
A produção global está projetada em 197,7 milhões de toneladas (MMt), o que representa um aumento de 5% em relação ao ciclo anterior. Esse crescimento é sustentado, principalmente, pela expansão na produção da Índia e da Tailândia, além da manutenção dos elevados volumes provenientes do Brasil.
Segundo o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Marcelo Di Bonifácio, os estoques finais globais devem crescer 4,2% e alcançar 75,4 milhões de toneladas no ciclo 2025/26. Ele ressalta que o fechamento das estimativas dependerá do desempenho dos dois últimos meses da temporada de monções na Ásia e da evolução da safra brasileira.
A expectativa da StoneX é de que a demanda mundial por açúcar aumente em 2025/26, especialmente nas regiões da Ásia e da África, com crescimento de 1,5% e 2,5%, respectivamente.
A consultoria aponta que o cenário global continua dependendo do desempenho produtivo da Índia e da Tailândia. Os dois países devem garantir volumes suficientes para compensar eventuais frustrações da oferta brasileira na safra 2024/25, que encerra em dois meses.
Mesmo com um déficit estimado de 4,54 milhões de toneladas para o ciclo atual, boa parte da safra já foi precificada. Para 2025/26, a previsão é de superávit, como destaca Di Bonifácio.
A produção da Ásia deve alcançar 80 milhões de toneladas em 2025/26, uma alta anual de 12%, aproximando-se dos níveis recordes registrados em 2021/22. Na Índia, as chuvas de monções superaram em 7% a média histórica entre junho e julho, fator considerado positivo para as lavouras.
Com isso, a StoneX manteve sua projeção de 32,3 milhões de toneladas produzidas no país, mesmo com o desvio de 4,5 milhões de toneladas para a produção de etanol.
Na Tailândia, as chuvas também foram abundantes em maio, e o cenário climático atual está dentro do esperado, com melhorias contínuas. A expectativa é de crescimento de 14% na produção de açúcar, totalizando 11,4 milhões de toneladas, o que pode gerar um adicional de 1,5 a 2 milhões de toneladas em exportações, estimadas em 8,5 milhões de toneladas.
Para a safra 2025/26, a produção nas Américas deve crescer 2,7%, impulsionada principalmente pelo Brasil. Apesar das dificuldades enfrentadas no Centro-Sul em 2025 — como a queda do ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) e da produtividade —, a estimativa para 2026 é otimista, baseada em um canavial mais jovem, resultado das reformas após os incêndios de 2024.
A StoneX projeta que o Brasil produzirá 45,6 milhões de toneladas (tel quel), o que representa um crescimento anual de 4%. Na América Central, o crescimento previsto é de 5%, refletindo uma recuperação após perdas por excesso de chuvas em países como Nicarágua e El Salvador.
Com apenas dois meses restantes para o encerramento da safra internacional 2024/25, o déficit está praticamente definido. A StoneX estima um saldo negativo de 4,54 milhões de toneladas (valor bruto), influenciado principalmente pela produção do Centro-Sul do Brasil. Foi essa região a responsável por uma redução de 1,7 milhão de toneladas na estimativa global do ciclo atual.
Nos últimos cinco anos, a demanda global por açúcar cresceu, em média, apenas 0,7% ao ano. Isso se deve ao menor consumo na Europa e nos Estados Unidos, além da estabilidade em mercados importantes como o Brasil.
Diante desse cenário, a StoneX reduziu sua previsão de consumo em 2024/25 em cerca de 200 mil toneladas, e em pouco mais de 400 mil toneladas para 2025/26, cuja demanda deverá alcançar 194,7 milhões de toneladas (valor bruto), ainda com alta anual de 0,7%.
A nova previsão da StoneX confirma um cenário de oferta superior à demanda para o próximo ciclo, mas com margens mais apertadas que o inicialmente projetado, exigindo atenção às condições climáticas e ao desempenho das principais regiões produtoras.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias