Setor Sucroalcooleiro

Safra de açúcar 2025/26 no Centro-Sul tem projeção revisada para baixo pela Hedgepoint

Impactos climáticos reduzem produtividade da cana-de-açúcar


Publicado em: 13/08/2025 às 11:10hs

Safra de açúcar 2025/26 no Centro-Sul tem projeção revisada para baixo pela Hedgepoint

A Hedgepoint Global Markets revisou para baixo a estimativa da safra de açúcar 2025/26 no Centro-Sul do Brasil. A decisão foi motivada pelos efeitos prolongados dos incêndios de 2024 e pela seca registrada no início de 2025, que afetaram o desempenho dos canaviais.

Apesar das chuvas no final de 2024, os indicadores de produtividade, como o TCH (Toneladas de Cana por Hectare) e o ATR (Açúcares Totais Recuperáveis), ficaram abaixo das expectativas. Ainda assim, o Índice de Saúde da Vegetação (VHI) apresentou sinais de recuperação com o avanço da moagem, sugerindo alguma resiliência das lavouras.

Comparativo com safras anteriores e projeções para 2025/26

A análise histórica da Hedgepoint compara o cenário atual com as temporadas 2012/13, 2015/16 e 2022/23, que registraram comportamento semelhante: recuperação gradual do VHI e melhora do TCH na segunda metade do ciclo.

Para esta temporada, a projeção é de um ATR em torno de 136,4 kg/t e um TCH acumulado de até 76 t/ha, resultando em aproximadamente 605 milhões de toneladas de cana processadas. A expectativa é de um crescimento limitado do ATR, o que deve impactar diretamente o volume final de açúcar e etanol produzidos.

Relatórios da Unica mostram desempenho misto na moagem

Segundo Lívea Coda, coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets, os dados mais recentes divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) revelam um cenário heterogêneo.

Enquanto o fechamento de junho ainda refletiu um desempenho fraco, a primeira quinzena de julho registrou moagem mais intensa, sinalizando melhora na operação das usinas.

Mercado reage com alta nos preços e mudança no mix de produção

Em julho, o açúcar bruto acumulou valorização de 65 pontos no mercado internacional. O movimento foi impulsionado por expectativas como a possível substituição do xarope de milho por cana na produção de bebidas nos Estados Unidos e pelo aumento das importações chinesas.

O mix de produção surpreendeu positivamente, com estimativas atuais apontando que 52% da cana processada será destinada à fabricação de açúcar — acima das projeções iniciais. Ainda assim, a produção total estimada foi reduzida em 650 mil toneladas, para 40,9 milhões, e as exportações projetadas caíram para 31,9 milhões de toneladas.

Perspectiva para preços internacionais

Com o ajuste na oferta e a revisão para baixo da produção, o mercado deve permanecer relativamente firme. A expectativa é de que as cotações internacionais se mantenham acima de 16 centavos de dólar por libra-peso, sustentadas pela menor disponibilidade para exportação.

Fonte: Portal do Agronegócio

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