Publicado em: 21/08/2025 às 10:10hs
A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul para a safra 2025-2026 deve atingir 590,4 milhões de toneladas, queda de 5% em relação às 621,9 milhões de toneladas registradas na safra 2024-2025, segundo dados da SCA Brasil. Com cerca de 60% da safra já processada, fatores como a redução no rendimento agrícola e a perda de qualidade da matéria-prima explicam o cenário desafiador para o setor.
O CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, destaca que a produtividade medida em Toneladas de Cana por Hectare (TCH) deve ficar em 74,7, recuo de 4,8% frente aos 78,5 TCH do ciclo anterior. Já o teor de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) deverá cair 5%, de 141,1 kg/t para 136,1 kg/t, o pior resultado das últimas safras. “Juntos, esses fatores representam um impacto de 53 milhões de toneladas de cana a menos do que na safra anterior”, observa Ono.
As projeções foram apresentadas na 15ª edição da série de Lives “Conexão SCA Brasil”, transmitida em 19 de agosto pelo YouTube e LinkedIn. O evento contou com a participação de Ono, do especialista em Inteligência de Mercado da Pecege Consultoria, Raphael Delloiagono, e da meteorologista da Climatempo, Marcely Sondermann.
Segundo Delloiagono, apesar da safra atual ser menos produtiva em comparação às duas anteriores, a produção até 1º de agosto (306,2 milhões de toneladas) está próxima da média histórica (304,7 milhões de toneladas). Ele destaca ainda que a produtividade agrícola apresentou recuperação gradual nas últimas semanas, com a quebra acumulada em 10 de agosto em 8,2% frente ao mesmo período do ciclo anterior.
O indicador de ATR total registrou queda de quase 12% até o início de agosto, um dado sensível que impacta diretamente a produção de açúcar e etanol, segundo Delloiagono.
Apesar das dificuldades, o setor tem priorizado o açúcar, com 51,1% da cana direcionada à fabricação do produto, recorde histórico. A produção deve atingir 39,13 milhões de toneladas, queda de 3% em relação à safra 2024-2025.
No etanol, o panorama é mais desafiador:
O executivo da SCA Brasil ressalta que a produção de etanol a partir do milho será essencial para compensar parte das perdas da cana. Do total de 32,83 bilhões de litros estimados, 23 bilhões virão da cana e 9,8 bilhões do milho, representando crescimento de 20% na participação do milho.
Com menor oferta de hidratado e queda na qualidade da cana, a expectativa é que a paridade entre etanol e gasolina suba de 65%-67% para 70%-71% em São Paulo nos próximos meses.
De acordo com a Climatempo, o final de agosto deve ser seco e quente, com ondas de calor acima da média para regiões produtoras. A primavera de 2025 será influenciada por um leve fenômeno La Niña, favorecendo corredores de umidade e temperaturas mais amenas.
Em setembro, a previsão indica dias secos e quentes, seguidos por chuvas fracas e gradativas na segunda quinzena. Outubro terá período chuvoso, enquanto novembro apresentará maior incidência de dias secos e picos de calor.
As lives mensais da SCA Brasil, apresentadas pelo jornalista Adhemar Altieri, da MediaLink Comunicação Corporativa, com produção técnica da Propano Filmes, têm o objetivo de debater temas relevantes do agronegócio nacional, com foco em combustíveis renováveis e compras corporativas em grupo, principais áreas de atuação da SCA Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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