O vice-presidente executivo de Etanol, Açúcar e Bionergia da Raízen, Francis Queen, informou que a expectativa é de um volume excedente de cana para 2023/24, possibilitando o início antecipado da moagem. As usinas da empresa continuarão processando matéria-prima até meados de dezembro, aproveitando as condições climáticas favoráveis que resultaram em amplo volume de cana.

A atipicidade climática nos dois últimos anos, com eventos de seca e geadas, impactou a produtividade dos canaviais do Centro-Sul. Agora, com mais cana disponível no início do próximo ciclo, espera-se uma redução nos custos da matéria-prima.

Para enfrentar a entressafra, a Raízen mantém estoques de etanol um pouco mais elevados, antecipando um consumo aquecido. O vice-presidente acredita que o açúcar continuará sendo o produto mais remunerador a curto prazo, dada a situação de déficit de oferta global. No entanto, alerta para a necessidade de cautela diante de investimentos que possam aumentar excessivamente a capacidade produtiva do açúcar.

Queen destaca melhorias operacionais para complementar o mix de açúcar, mas ressalta que a cautela é crucial diante de investimentos significativos. O setor testemunha um momento atípico, com a diferença de valores entre açúcar e etanol consideravelmente alta. O executivo acredita que o etanol, como produto diferenciado, continuará a ter demanda no mercado futuro.

A Raízen concentra esforços no desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração, com investimentos em andamento e plantas em construção, além da certificação do etanol para exportação como matéria-prima para biocombustíveis de aviação (SAF).