Publicado em: 12/12/2025 às 11:20hs
Os preços internacionais do açúcar encerraram a quinta-feira (11) sob pressão, refletindo a queda de cerca de 2% nas cotações do petróleo. Analistas apontam que, com o combustível fóssil em baixa, o etanol perde competitividade, o que incentiva as usinas a destinarem mais cana-de-açúcar para a produção do adoçante, aumentando a oferta global e pressionando as cotações nas bolsas.
De acordo com o portal Notícias Agrícolas, o mercado de petróleo segue enfraquecido por preocupações com excesso de oferta mundial, somadas ao mau desempenho das bolsas internacionais, o que reduziu o apetite por risco e as expectativas econômicas — fatores que também pesam sobre a demanda por energia.
Na ICE Futures de Nova York, o mercado apresentou leve retração na maioria dos contratos do açúcar bruto. O contrato com vencimento em março de 2026, o mais negociado, encerrou o dia cotado a 14,85 centavos de dólar por libra-peso, queda de 6 pontos em relação à véspera.
As posições maio e julho/26 recuaram 2 e 1 ponto, respectivamente. Já os demais contratos oscilaram entre estabilidade e variações mínimas de um ponto.
Em Londres, na ICE Futures Europe, o contrato março/26 caiu US$ 1,90, com a tonelada negociada a US$ 424,20. O vencimento maio/26 registrou leve queda de US$ 0,90, sendo cotado a US$ 421,80 por tonelada.
O fechamento eletrônico da Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures US) mostrou comportamento misto. O contrato de março/26 recuou 0,06 centavo (-0,4%), enquanto o maio/26 caiu 0,13%, cotado a 14,47 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo analistas, o mercado ficou sem uma direção clara, já que o câmbio e o petróleo seguiram trajetórias opostas. A valorização do real frente ao dólar trouxe sustentação às cotações, ao tornar as exportações brasileiras menos atrativas. No entanto, a desvalorização do petróleo limitou os ganhos, pois reduziu a competitividade do etanol e ampliou a expectativa de maior produção de açúcar.
Há ainda suporte adicional vindo de informações de que agricultores na Tailândia, um dos principais produtores globais, podem reduzir o plantio de cana-de-açúcar e migrar para o cultivo de mandioca, em resposta à queda nos preços internacionais do adoçante.
No mercado doméstico, o preço do açúcar cristal recuou novamente. De acordo com o Indicador Cepea/Esalq (USP), a saca de 50 quilos foi comercializada a R$ 109,94 nas usinas, ante R$ 112,90 do dia anterior — uma desvalorização de 2,62%.
Já o etanol hidratado, negociado segundo o Indicador Diário Paulínia, voltou a subir após dois dias de queda. O biocombustível foi comercializado a R$ 3.012,50 por metro cúbico, alta de 0,50% em relação à cotação anterior (R$ 2.997,50/m³).
Especialistas afirmam que o mercado segue atento à tendência dos preços do petróleo, que continuam sendo um dos principais fatores de influência sobre o equilíbrio entre açúcar e etanol na produção global.
A movimentação cambial e a possível redução do plantio de cana na Tailândia podem, por outro lado, ajudar a conter a pressão de baixa sobre as cotações do adoçante nos próximos pregões.
Fonte: Portal do Agronegócio
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