A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) divulgaram ontem (30/9), em São Paulo, os dados de moagem de cana-de-açúcar na safra 2013/14: 587 milhões toneladas. O volume é 0,44% menor do que o estimado em abril, quando as entidades previam 589,6 milhões. A quantidade, no entanto, será 10,8% superior ao da safra passada.

De acordo com Luciano Rodrigues, chefe do Departamento de Economia e Estatísticas da Unica, o excesso de chuva e a mecanização crescente na colheita prejudicaram a produtividade. Além disso, ocorreram geadas que obrigaram a antecipação dos cortes em algumas unidades produtoras, também prejudicando a produção e reduzindo o teor de açúcares.

Outro fator para a retração da qualidade da matéria-prima em algumas regiões teriam sido a infestação de pragas – broca e cigarrinha, principalmente – e doenças como a ferrugem alaranjada.

Ainda assim, no final de outubro, “estaremos na mesma proporção do desempenho da safra 20102011 quando atingimos a 586,7 milhões, e isso levou à previsão de que vamos obter recorde nesta safra”, explicou o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues. Ele informou que 75% da safra foi processada, mas que a finalização vai se prolongar até dezembro por causa do tempo chuvoso.

Pelas estimativas revisadas, a produção de açúcar deverá ser 3,66% inferior ao estimado no início da safra. No caso de etanol, serão 25,04 bilhões de litros. A expectativa é de que as exportações de etanol atinjam 2,7 bilhões de litros, cerca de 40% abaixo da safra anterior, segundo Padua Rodrigues, a Unica. Ele afirmou que, diante disso, haverá um incremento para o mercado interno, garantindo o abastecimento doméstico.