Publicado em: 18/11/2025 às 16:00hs
O terceiro levantamento da safra 2025/26 indicou uma leve redução na produção nacional de cana-de-açúcar. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa é de 666,4 milhões de toneladas, uma queda de 1,6% em relação ao ciclo anterior.
A diminuição está ligada principalmente a restrições hídricas durante o desenvolvimento das lavouras, especialmente na região Centro-Sul do Brasil, em função de chuvas irregulares, calor excessivo e focos de incêndio que comprometeram parte dos canaviais.
Apesar do cenário nacional desfavorável, Mato Grosso do Sul apresentou crescimento significativo na produção de cana-de-açúcar, atingindo 52.381,8 mil toneladas, alta de 6,3% em relação à safra 2024/25, consolidando-se como a segunda maior produção do Centro-Oeste.
O aumento foi impulsionado por expansão da área plantada (6,2%), leve alta na produtividade (0,1%) e manejo eficiente das lavouras. Mesmo com atrasos na colheita devido a geadas e chuvas abaixo do esperado entre julho e agosto, a safra de MS se mantém promissora.
No Estado, o clima adverso afetou a qualidade da cana, gerando queimaduras nas folhas e danos em áreas jovens, exigindo replantio em algumas regiões. As unidades de produção planejam estender a colheita até meados de dezembro.
Na região Norte de MS, as chuvas em julho e agosto favoreceram a brotação da cana recém-colhida e reduziram focos de incêndio. Entretanto, a partir de setembro e outubro, a irregularidade das precipitações trouxe instabilidade ao crescimento das lavouras.
Durante a safra, foram registradas ocorrências pontuais de broca e cigarrinha, sem grandes danos graças ao monitoramento contínuo. A incidência da murcha-da-cana diminuiu em relação à safra anterior, mas houve aumento da população de Sphenophorus levis, conhecido como bicudo da cana-de-açúcar.
O bom desempenho da segunda safra levou algumas indústrias sucroenergéticas a planejar a diversificação, implantando novas unidades de produção de etanol a partir do milho, ampliando a capacidade de processamento e reduzindo riscos climáticos e produtivos.
Apesar da queda no volume geral de cana no Brasil, a produção de açúcar deve alcançar 45 milhões de toneladas, representando um crescimento de 2% em relação à safra anterior — o segundo maior volume da série histórica, atrás apenas da temporada 2023/24 (45,68 milhões de toneladas).
A produção de etanol deve totalizar 36,2 bilhões de litros, uma redução de 2,8% sobre 2024/25. O etanol de cana deve cair 9,5%, chegando a 26,55 bilhões de litros, enquanto o etanol de milho apresenta aumento de 22,6%, com produção estimada em 9,61 bilhões de litros.
Fonte: Portal do Agronegócio
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