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Preços do Açúcar Sofrem Queda com Guerra Tarifária e Perspectiva de Safra Recorde no Brasil

O mercado internacional de açúcar enfrentou uma série de desafios no mês de abril, com uma retração nas cotações e um cenário de incertezas sobre a demanda global


Publicado em: 05/05/2025 às 12:00hs

Preços do Açúcar Sofrem Queda com Guerra Tarifária e Perspectiva de Safra Recorde no Brasil

Fatores como a guerra tarifária e a projeção de uma safra recorde no Brasil pesaram sobre os preços, que, apesar de um início promissor em fevereiro e março, fecharam o mês com perdas significativas.

Queda nas Cotações Internacionais

Em abril, o açúcar foi um dos commodities mais afetados pela guerra tarifária, que envolveu a imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre diversos países exportadores, muitos dos quais são grandes produtores de açúcar. A reação do mercado foi imediata, refletindo temores sobre a demanda global e a possibilidade de uma desaceleração nas exportações.

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para o mercado internacional, os contratos de açúcar bruto com entrega em julho encerraram a sessão de 30 de abril a 17,25 centavos de dólar por libra-peso, o que representa uma queda de 7,5% em relação aos 18,65 centavos registrados no final de março. A pressão sobre os preços também foi causada pela expectativa de uma oferta global abundante, com o Brasil prestes a iniciar uma safra que promete ser a maior da sua história. Além disso, a fraqueza dos preços do petróleo adicionou mais incertezas ao mercado, impactando negativamente o açúcar.

Brasil e sua Safra Recorde

Enquanto o mercado enfrenta essas turbulências externas, o Brasil se destaca como um dos principais fatores de oferta global. De acordo com estimativas da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), a produção de açúcar do país para a safra 2025/26 deverá alcançar 45,874 milhões de toneladas, um aumento de 4% em comparação com a safra anterior, que registrou 44,117 milhões de toneladas. A previsão é de que a produção na região Centro-Sul do Brasil totalize 41,8 milhões de toneladas, um crescimento de 3,7% em relação ao ano passado, enquanto a produção nas regiões Norte e Nordeste deve alcançar 4,074 milhões de toneladas, uma alta de 7,4%.

Essa perspectiva de safra recorde é um reflexo das boas condições de mercado para o açúcar. A Conab aponta que, em quase todas as regiões produtoras do Brasil, há aumento na produção de açúcar em comparação com a safra 2024/25, o que favorece o aumento da competitividade da commodity brasileira no mercado internacional.

Início da Safra 2025/26

As operações para a safra 2025/26 já começaram em algumas regiões, como Centro-Sul e Norte do Brasil. No Nordeste, as atividades de colheita de cana-de-açúcar estão previstas para iniciar em agosto de 2025. Embora o ritmo das atividades ainda seja incipiente, as primeiras estimativas indicam que a maior parte da cana será direcionada para a produção de açúcar, em detrimento do etanol. Isso ocorre devido à maior competitividade do açúcar no mercado internacional, especialmente diante da redução da oferta de açúcar de grandes exportadores, como Índia e União Europeia.

Esse cenário positivo para o açúcar brasileiro, aliado a uma safra de grande porte, pode representar uma oportunidade para os produtores locais, que terão mais espaço para competir no mercado global, apesar dos desafios impostos pela guerra tarifária e pelos preços baixos no mercado internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

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