Publicado em: 03/10/2025 às 11:25hs
Os contratos futuros de açúcar encerraram em alta nesta semana nas bolsas internacionais, impulsionados por preocupações com a redução na qualidade da cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil. Em Nova York, o contrato de março/26 subiu para 16,55 centavos de dólar por libra-peso, alta de 0,91%, enquanto o de maio/26 avançou 0,82%, a 16,05 centavos. Na Bolsa de Londres, o açúcar branco dezembro/25 valorizou 0,72%, sendo negociado a US$ 462,00 por tonelada.
O movimento reflete a avaliação do mercado diante da moagem crescente, porém com menor teor de açúcar, segundo dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).
Na primeira quinzena de setembro, as usinas do Centro-Sul processaram 45,97 milhões de toneladas de cana, aumento de 6,94% em relação ao mesmo período da safra 2024/25. No acumulado até 16 de setembro, a moagem somou 450,01 milhões de toneladas, queda de 3,68% frente ao ciclo anterior.
O Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), indicador de qualidade da cana, registrou 154,58 kg por tonelada, retração de 3,43% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado da safra, o ATR caiu 3,93%, para 134,08 kg/ton, sinalizando menor concentração de açúcar por tonelada moída.
Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, a proporção de cana destinada ao açúcar caiu de 54,2% no fim de agosto para 53,5% em setembro, refletindo uma preferência pelo etanol devido à competitividade reduzida do açúcar.
Na primeira quinzena de setembro, a produção de açúcar alcançou 3,62 milhões de toneladas, praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior (-0,08%). Desde o início da safra até 16 de setembro, a fabricação acumulada totalizou 30,39 milhões de toneladas.
O etanol hidratado teve leve queda de 0,12%, sendo negociado a R$ 2.828,00 por metro cúbico, enquanto a produção no Centro-Sul somou 2,33 bilhões de litros, com destaque para:
O etanol de milho mostrou crescimento expressivo, representando 16,74% da produção total na quinzena, com 390,13 milhões de litros, avanço de 15,97% em relação ao ano passado. No acumulado da safra, o etanol de milho atingiu 4,12 bilhões de litros, aumento de 19,43%, reforçando sua importância na matriz energética brasileira.
No mercado doméstico, o açúcar cristal subiu 1,70%, cotado a R$ 117,61 a saca de 50 quilos, segundo o Indicador Cepea/Esalq (USP).
O movimento de alta nos preços é explicado pela combinação de maior moagem com menor ATR, sinalizando uma oferta mais restrita de açúcar mesmo com produção estável, além da priorização do etanol em regiões do Centro-Sul do país.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias