Setor Sucroalcooleiro

Preços do açúcar sobem 5,6% em julho, mas produção brasileira enfrenta desafios, aponta Itaú BBA

Recuperação dos preços internacionais do açúcar em julho


Publicado em: 14/08/2025 às 18:00hs

Preços do açúcar sobem 5,6% em julho, mas produção brasileira enfrenta desafios, aponta Itaú BBA

Em julho, o mercado internacional do açúcar registrou alta de 5,6%, com o preço fechando em US$ 16,35 por libra-peso, segundo o relatório Agro Mensal da Consultoria Agro do Itaú BBA. Apesar dessa recuperação pontual, o preço do açúcar acumula queda de 15% desde o início de 2025.

Um dos destaques recentes foi o apelo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para que a Coca-Cola substitua o xarope de milho pelo açúcar de cana. No entanto, o mercado segue influenciado principalmente pelas boas perspectivas de produção na Ásia e pelo elevado mix de açúcar no Brasil.

Produção de açúcar na Ásia segue em expansão

A safra indiana deve crescer 18% na temporada 2025/26, chegando a 34,9 milhões de toneladas, incluindo sacarose destinada à produção de etanol. A Associação de Produtores de Açúcar e Bioenergia da Índia (ISMA) aponta chuvas acima da média, reservatórios elevados e condições meteorológicas favoráveis como fatores que sustentam esse crescimento.

A ISMA estima um consumo de 28,5 milhões de toneladas no país, o que deixaria um excedente exportável de 2 milhões de toneladas para a safra 2025/26. Entretanto, como as exportações indianas dependem de autorização governamental — ainda não concedida —, há preocupação com o impacto dos estoques internos sobre os preços domésticos.

Redução na produção da União Europeia

Na União Europeia, a produção deve sofrer queda por conta da redução da área cultivada e do clima seco e quente que prejudica a safra. A estimativa para a produção da UE27+Reino Unido foi ajustada para 15,7 milhões de toneladas, 8,5% menor do que na safra anterior.

Produção brasileira de açúcar enfrenta desafios climáticos

O Centro-Sul do Brasil, principal região produtora, sofre com efeitos climáticos adversos após um 2024 extremamente seco. O inverno chuvoso de 2025, embora beneficie a produtividade ao longo da safra, tem prejudicado a concentração de açúcar na cana devido ao excesso de chuvas.

Para a safra 2025/26, a disponibilidade de cana deve ficar estável em 590 milhões de toneladas, uma queda de 5% em relação a 2024/25. A concentração média de açúcares recuperáveis (ATR) foi revisada para 136,1 kg/tonelada, 3,6% inferior à safra anterior, o que deve resultar em uma redução de 8,5% no ATR total da safra.

Apesar desses desafios, o mix de produção destinado ao açúcar deve se manter em 52%, contribuindo para uma produção estimada em 39,8 milhões de toneladas — uma leve queda de 0,9% frente à safra 2024/25.

Balanço global indica superávit, mas com menor volume

Embora a produção mundial tenha sido revisada para baixo, o balanço global do açúcar para a safra 2025/26 aponta para um superávit, porém reduzido de 2,7 para 1,7 milhão de toneladas. O crescimento esperado na Ásia, principalmente na Índia, Paquistão e Tailândia, contrabalança as quedas no Brasil e na Europa.

Fonte: Portal do Agronegócio

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