Publicado em: 14/11/2025 às 11:00hs
Na quinta-feira (13), os mercados internacionais de açúcar se moveram em direções distintas: enquanto os contratos da commodity em ICE Futures U.S. (Nova York) recuaram, os contratos de açúcar branco negociados na ICE Futures Europe (Londres) fecharam em alta, anotando o melhor desempenho semanal.
Na ICE de Nova York, o açúcar bruto para março/26 fechou cotado a 14,44 cts/lb, uma queda de 0,08 cts em relação ao pregão anterior. O contrato maio/26 recuou para 13,99 cts/lb (-0,08), o de julho/26 caiu 0,07 cts e o de outubro/26 registrou recuo de 0,08 cts. A baixa é atribuída à perspectiva de uma oferta global robusta da commodity.
Analistas destacam que a projeção de superávit global para 2025/26 foi elevada pela empresa de trading Czarnikow para 8,7 milhões de toneladas, ante estimativa de setembro de 7,5 milhões. Essa revisão exerce pressão baixista sobre os preços. Além disso, a expectativa de produção recorde no Brasil agrava a situação. Segundo a Conab, a estimativa para a safra 2025/26 foi elevada a 45 milhões de toneladas, ante 44,5 milhões anteriores; já a consultoria Datagro projeta que a safra 2026/27 no Centro-Sul brasileiro possa atingir 44 milhões de toneladas (+3,9% sobre o ano anterior).
Em Londres, o contrato de açúcar branco para dezembro/25 fechou em US$ 422,30 por tonelada, alta de 450 pontos (+1,1%). Apesar de outros vencimentos apresentarem recuo entre 0,4% e 0,8%, esse movimento positivo reflete a cobertura de posições vendidas por parte de fundos, especialmente com o vencimento do contrato de dezembro se aproximando.
Nesta sexta (14), os mercados de açúcar operavam em terreno positivo após o momento de pressão. Em Nova York, o contrato março/26 estava cotado a 14,69 cts/lb (+1,73%), o maio/26 a 14,24 cts (+1,79%) e o julho/26 a 14,16 cts (+1,72%). Em Londres, o contrato dezembro/25 subia para US$ 425,30/tonelada (+0,71%).
Apesar da recuperação técnica, os fundamentos permanecem desafiadores, devido à oferta global robusta. Na segunda‐feira, Londres chegou a sua mínima de 4,75 anos para o vencimento mais próximo; em Nova York, na quinta anterior, o contrato mais próximo alcançou o menor nível em 5 anos, impulsionado pelo aumento da produção no Brasil e pelas discussões sobre excedente mundial.
Algumas das razões têm sido: cobertura de posições vendidas (short covering) nos mercados de futuros, expectativas de que a Índia poderá exportar menos açúcar do que o estimado originalmente — o que temporariamente sustentou os preços — e, ainda assim, o excesso de oferta permanece como fator restritivo.
O cenário para a commodity açúcar segue marcado por oferta elevada — especialmente advinda de grandes produtores como o Brasil, a Índia e a Tailândia — e por demanda que, embora estável, não cresce na mesma proporção. Assim, mesmo com reações pontuais nos mercados de futuros, a pressão de curto e médio prazo para os preços continua presente.
Para os agentes nacionais, recomenda‐se atenção à evolução das estimativas de safra e exportação dos principais países produtores, bem como aos indicadores domésticos de consumo e de biocombustíveis (etanol), dado que esses fatores podem afetar os custos e o posicionamento competitivo do açúcar brasileiro no mercado global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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