Setor Sucroalcooleiro

MS ratifica sua vocação ‘alcooleira’ em 2021/22

Volume de cana processado tende a ser ligeiramente maior, porém com menor concentração de sacarose


Publicado em: 29/04/2021 às 18:40hs

MS ratifica sua vocação ‘alcooleira’ em 2021/22

Mato Grosso do Sul deverá ter uma safra sucroalcooleira em 2021/22 semelhante à do ciclo passado. O volume de cana processado tende a ser ligeiramente maior, porém com menor concentração de sacarose, e a produção será mais voltada ao etanol do que ao açúcar.

Segundo estimativas da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), serão moídas 50,2 milhões de toneladas de cana, uma alta de 2,86% em relação ao ciclo passado, quando o volume foi de 48,8 milhões de toneladas.

Essa maior oferta de cana decorre de investimentos em renovação de canaviais e em tratos culturais, que poderão compensar os efeitos sobre a produtividade provocados pela seca que ocorreu no ano passado e se estendeu durante o último verão.

Por outro lado, a concentração de sacarose na cana deverá ser 0,32% menor, de 138,82 quilos de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada processada. A concentração de ATR na cana colhida em Mato Grosso do Sul costuma ser menor que a média do Centro-Sul porque as usinas do Estado processam cana ao longo de toda a safra, inclusive no período de entressafra (janeiro a março), quando a maior incidência de chuvas dilui a sacarose nas plantas.

E, destoando da tendência geral do Centro-Sul, as usinas de Mato Grosso do Sul deverão dar um pouco mais de preferência para a produção de etanol do que na safra passada, mas com uma diferença pouco expressiva e que se alinha ao perfil mais alcooleiro das unidades do Estado, muitas das quais produzem apenas o biocombustível. Do total da cana a ser moída, 74% deve ser destinado para a produção de etanol, ante 71,47% na safra passada.

A produção total de etanol deverá aumentar 6,29%, para 3,05 bilhões de litros, dos quais 850 milhões de litros deverão ser de anidro e cerca de 2,2 bilhões de litros de etanol hidratado. Em contrapartida, a produção de açúcar deverá cair para 1,710 milhão de toneladas, uma redução de 7,44%, ou de 137 mil toneladas, ante a safra passada, quando as usina sul-mato-grossenses produziram um volume recorde de açúcar.

Se confirmada a maior oferta de cana a ser colhida e a tendência mais alcooleira, é possível que as usinas do Estado exportem mais eletricidade para o sistema, já que haverá mais oferta de bagaço e menos consumo de energia para a produção do açúcar. Na safra passada, o setor cogerou em Mato Grosso do Sul 2,447 mil gigawatts-hora (GWh).

Fonte: Grupo Idea

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