Publicado em: 16/07/2025 às 11:05hs
Nesta quarta-feira (16), o mercado do açúcar voltou a operar em campo negativo. O contrato outubro/2025 fechou cotado a 16,53 cents de dólar por libra-peso, com recuo de 0,18%, enquanto o março/2026 caiu 0,17%, sendo negociado a 17,19 cents. Segundo Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, os preços têm se mantido em um canal lateral, com resistência em 16,60 cents, suporte em 16,00 cents e ponto de equilíbrio em 16,20 cents. Essa faixa deve predominar até meados de agosto.
O mercado internacional segue atento aos dados de produção da região Centro-Sul brasileira, que indicam aumento no curto prazo, mas queda comparado ao mesmo período da safra anterior. O avanço recente da moagem influenciou mais o comportamento dos preços, com agentes internacionais valorizando o pico produtivo atual em detrimento da expectativa de queda futura.
Muruci projeta que, após o pico da safra — esperado para o fim de julho e início de agosto —, a produção deve diminuir, criando um suporte para uma possível recuperação limitada dos preços, que podem se aproximar dos 17,00 cents por libra-peso.
Na esfera internacional, o USDA anunciou que os Estados Unidos não importarão açúcar especial além do necessário por lei, alinhado à política "Farmers First". Já o Paquistão reduziu sua proposta de importação de açúcar de 300 mil para 50 mil toneladas, visando controlar os preços domésticos.
A projeção para a safra global 2025/26 indica um superávit estimado em 7,5 milhões de toneladas, o maior em oito anos, segundo a Czarnikow. O USDA também estima crescimento de 4,7% na produção mundial, alcançando recorde de 189,318 milhões de toneladas, com estoques finais globais em 41,188 milhões de toneladas, alta de 7,5% ano a ano.
Apesar do recuo em 16 de julho, os contratos para açúcar bruto na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures US) encerraram o pregão com valorização. O contrato de outubro/2025 fechou a 16,56 cents por libra-peso (+1,6%) e o de março/2026 a 17,22 cents (+1,3%).
A alta do real frente ao dólar impacta as exportações do Brasil, principal produtor e exportador mundial de açúcar. Com a moeda local mais forte, as vendas externas podem desacelerar, diminuindo a oferta global e influenciando os preços para cima.
Segundo dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), a produção de açúcar na região Centro-Sul totalizou 2,84 milhões de toneladas na segunda quinzena de junho, queda de 12,98% em relação ao mesmo período da safra anterior (3,27 milhões). No acumulado desde o início da safra até 1º de julho, a fabricação somou 12,25 milhões de toneladas, 14,25% abaixo do ciclo anterior (14,29 milhões).
Fonte: Portal do Agronegócio
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