Publicado em: 13/11/2025 às 11:20hs
O mercado global de açúcar apresentou oscilações nos últimos pregões, refletindo a combinação de ajustes técnicos e incertezas sobre as exportações da Índia, um dos maiores produtores mundiais da commodity.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), o contrato para março/2026 chegou a 14,52 centavos de dólar por libra-peso, alta de 1,89% em relação ao fechamento anterior. Já o vencimento maio/2026 encerrou cotado a 14,07 centavos (+1,5%).
No entanto, o movimento não se manteve. Na quinta-feira (13), os preços voltaram a cair: o março/26 recuou para 14,48 cents/lb (-0,28%), o maio para 14,04 cents (-0,21%) e o julho para 13,97 cents (-0,14%).
Em Londres, o açúcar branco também fechou em queda, com o contrato dezembro/2025 cotado a US$ 416,30 por tonelada (-0,36%).
A recente volatilidade nos preços foi impulsionada por um movimento de cobertura de posições vendidas, motivado por sinais de que a Índia poderá exportar menos açúcar do que o previsto anteriormente.
Segundo informações da Bloomberg, o Ministério da Alimentação da Índia avalia autorizar a exportação de 1,5 milhão de toneladas na safra 2025/26, abaixo das estimativas anteriores de 2 milhões de toneladas.
O país asiático mantém um sistema de cotas de exportação desde a safra 2022/23, implantado após chuvas tardias reduzirem a produção e limitarem a oferta interna. Caso a nova proposta seja confirmada, a restrição tende a sustentar os preços no mercado internacional.
Enquanto o mercado internacional reage às decisões indianas, o setor sucroenergético brasileiro apresentou resultados positivos de produtividade em outubro, segundo o Boletim De Olho na Safra, do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).
A produtividade média da cana-de-açúcar na região Centro-Sul cresceu 4,3% no comparativo com o mesmo mês da safra anterior, passando de 61,9 toneladas por hectare (2024/25) para 64,6 t/ha (2025/26).
Contudo, no acumulado entre abril e outubro, houve queda de 5,1% na produtividade, de 79,8 t/ha para 75,7 t/ha.
A qualidade da matéria-prima, medida pelo ATR (açúcares totais recuperáveis), mostrou melhora pontual em outubro, com aumento de 0,9%, passando de 149,2 kg/tc na safra 2024/25 para 150,6 kg/tc em 2025/26.
No entanto, no acumulado do ciclo, o ATR apresentou recuo de 1,5%, caindo de 138,3 para 136,2 kg/tc, o que pode impactar a produção total de açúcar e etanol das usinas da região.
O cenário atual do mercado global de açúcar permanece sensível às decisões políticas da Índia, que influenciam diretamente o equilíbrio entre oferta e demanda.
Paralelamente, o desempenho agrícola no Centro-Sul do Brasil — responsável pela maior parte da produção nacional — segue condicionado ao clima e ao manejo dos canaviais, fatores decisivos para o comportamento dos preços nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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