Publicado em: 11/07/2025 às 10:36hs
O mercado de Créditos de Descarbonização (CBIOs) deve encerrar o ano de 2025 com um superávit de 10,2 milhões de créditos, segundo projeções atualizadas da StoneX, empresa global de serviços financeiros. Esse resultado positivo considera até mesmo a compensação de inadimplências de anos anteriores, apoiado por um estoque de passagem entre ciclos de 16,8 milhões de CBIOs.
Caso a taxa de cumprimento das metas siga o mesmo padrão de 2024 — com 95% de atendimento —, a demanda por créditos deve recuar para 38,3 milhões, o que elevaria o estoque final para 21 milhões de CBIOs.
A analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Isabela Garcia, informou que até o fim do primeiro semestre, as distribuidoras já haviam adquirido 42% dos CBIOs necessários para 2025, sendo a maior parte desses créditos já aposentados.
Somando os créditos ainda disponíveis com os emissores, o mercado já dispõe de 76% do volume necessário para cumprir as metas do ano, reforçando o cenário superavitário projetado.
A recente decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de elevar os percentuais de mistura de biocombustíveis — B15 para o biodiesel e E30 para o etanol, a partir de agosto — também trouxe impactos nas projeções do mercado.
Segundo a StoneX, a nova composição deve impulsionar o consumo de biodiesel, com uma expectativa de crescimento de 9,3% em relação a 2024, totalizando 9,9 milhões de metros cúbicos em 2025, especialmente no segundo semestre.
No caso do etanol, os efeitos são variados: a demanda por etanol anidro deve crescer 800 mil m³, enquanto o consumo de etanol hidratado deve cair 4,9%. Com isso, a previsão é de queda de 1,3% nas vendas totais, somando 34,6 milhões de m³ no ano.
A partir dessas atualizações, a StoneX revisou a estimativa de geração de CBIOs em 2025, projetando um crescimento de 0,9% frente ao ano anterior, totalizando 42,8 milhões de créditos — acima da previsão inicial de 0,5%.
O mês de junho registrou movimentações importantes no mercado de CBIOs. A geração de lastro somou 3,3 milhões de créditos, mantendo-se estável em relação aos meses anteriores, porém 5,6% abaixo do registrado no mesmo período de 2024.
Essa queda está ligada à redução nas vendas de etanol hidratado, impactadas pela maior competitividade da gasolina C. Segundo Isabela Garcia, esse foi o pior desempenho mensal do etanol desde janeiro deste ano.
Por outro lado, o segmento de biodiesel teve desempenho mais favorável, com aumento nas vendas de diesel B contribuindo para a geração de créditos. Ainda assim, o volume ficou abaixo do potencial, devido a limitações na certificação do biocombustível.
No acumulado de janeiro a junho, a geração de CBIOs soma 21,3 milhões de créditos, representando um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período de 2024.
Para o segundo semestre, a expectativa é de desaceleração na geração, principalmente por conta da menor produção de lastro a partir do etanol. Essa redução, no entanto, pode ser parcialmente compensada pelo aumento da geração vinda do biodiesel.
Fonte: Portal do Agronegócio
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