Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, as indústrias se encontram bem abastecidas de compras prévias realizadas entre os meses de novembro e dezembro, “ao passo que também evitam se expor as usinas no período de ápice de entressafra do Centro-Sul do Brasil que é em janeiro”. Isto explica a queda moderada dos níveis de R$ 136,00 para R$ 134,00 a saca de 50 kg para o cristal com até 150 Icumsa em Ribeirão Preto.

No mercado internacional, as compras seguem restritas diante da frustração com o governo da Índia, que voltou atrás em sua decisão de anunciar volumes extras de exportações em janeiro. “A expectativa era que estes volumes extras demandassem compras em posições futuras para a formação de hedge, o que, no fim não vai acontecer”, avalia Muruci.

As chuvas fortes sobre os canaviais do Centro-Sul em janeiro também pressionam negativamente os preços em Nova York em função da expectativa de recuperação da próxima temporada. O Brasil deve subir em sua produção de 545 para 565 milhões de toneladas no Centro-Sul. 

Mercado de etanol 

O mercado físico de etanol seguiu em sua tendência de preços de estáveis a levemente mais baixos na terceira semana de janeiro, de modo semelhante ao que tem sido observado ao longo de todo o mês. “As distribuidoras seguem atuando de forma muito lenta no mercado, deixando as usinas sem muita demanda. A ponta compradora também se encontra abastecida no médio prazo frente a compras volumosas realizadas ao longo de dezembro na expectativa de que o PIS/Cofins sobre combustíveis voltasse a ser cobrado, o que acabou não se confirmando”, afirma Muruci.

As vendas fracas entre os consumidores finais nas bombas diante da falta de competitividade do hidratado frente à gasolina em todos os estados brasileiros desde maio do ano anterior também reforça este cenário, conclui.