Publicado em: 20/12/2024 às 11:30hs
A corretora e prestadora de serviços de cadeia de suprimentos Czarnikow alertou, em um relatório divulgado na última quinta-feira, que as exportações de açúcar do México para os Estados Unidos poderão ser interrompidas caso o novo governo de Donald Trump implemente uma tarifa de 25% sobre o produto mexicano. O presidente eleito dos EUA comprometeu-se a aplicar essa tarifa tanto ao México quanto ao Canadá, a menos que esses países alterem suas políticas comerciais em áreas como o comércio de produtos farmacêuticos e o controle da imigração ilegal.
De acordo com o analista-chefe da Czarnikow, Stephen Geldart, a imposição da tarifa provavelmente resultaria na suspensão das exportações de açúcar mexicano para o mercado americano. Atualmente, os Estados Unidos importam aproximadamente um terço do açúcar que consomem, e o México é o principal fornecedor, beneficiado por uma cota isenta de impostos no âmbito do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA).
Geldart ressaltou que uma tarifa de 25% tornaria inviável a exportação de açúcar mexicano para os EUA, embora muitos participantes do mercado de açúcar da América do Norte duvidem que Trump leve adiante tal medida. O analista expressou ceticismo quanto a esse argumento, sugerindo que ele subestima a possibilidade de que o presidente eleito priorize objetivos políticos sobre as consequências econômicas.
Se a tarifa for implementada, os Estados Unidos enfrentariam um déficit anual de açúcar que poderia variar entre 500 mil e 1 milhão de toneladas métricas. O relatório também indicou que os preços do açúcar nos EUA provavelmente aumentariam, tornando as importações com tarifas viáveis economicamente. Neste cenário, o governo dos EUA provavelmente teria que expandir a cota de importação estabelecida pela Organização Mundial do Comércio.
Nesse contexto, o Brasil, maior produtor e exportador mundial de açúcar, seria o principal beneficiário, com a possível ampliação de suas exportações para os Estados Unidos. Geldart, no entanto, questionou se o presidente Trump desejaria que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva se tornasse um dos principais vencedores de uma possível "Guerra Comercial" em 2025, ressaltando que a questão vai além do açúcar, envolvendo também outras commodities como milho e soja.
Fonte: Portal do Agronegócio
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