Publicado em: 06/11/2025 às 11:00hs
A notícia de revisões ascendentes nas estimativas de produção de açúcar tanto no Brasil quanto na Índia reforça expectativas de oferta abundante no mercado internacional. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou a projeção para a safra de açúcar 2025/26 para cerca de 45,02 milhões de toneladas.
Na Índia, a Indian Sugar Mills Association (ISMA) elevou sua estimativa para 31 milhões de toneladas, representando alta de cerca de 18,8% em relação ao ciclo anterior.
Além disso, a entidade indiana revisou para baixo o volume de açúcar destinado à produção de etanol, de 5 milhões para 3,4 milhões de toneladas, liberando maior parcela para exportações.
Esse menor direcionamento para o etanol gera excedente doméstico, o que tende a impulsionar envios ao exterior e aumentar a oferta global.
Com o cenário de maior oferta global, os contratos futuros do açúcar registraram quedas expressivas nas bolsas internacionais em 5 de novembro. No mercado de açúcar bruto (raw sugar) da ICE Futures U.S. (Nova York), o contrato março/26 caiu 11 pontos, fechando em 14,11 centavos de dólar por libra-peso, e o vencimento maio/26 recuou 10 pontos, para 13,75 centavos.
Já no mercado de açúcar branco da ICE Futures Europe (Londres), o contrato dezembro/25 registrou baixa de US$ 0,70, cotado a US$ 412,70 por tonelada, e o vencimento março/26 caiu US$ 1,40, para US$ 405,30 por tonelada.
A pressão vendedora prolongada levou os preços futuros em Nova York a atingirem mínimos dos últimos cinco anos para contratos próximos.
Em Londres, as cotações também recuaram para patamares bastante baixos, alcançando mínimas em aproximadamente 4,75 anos na sessão anterior.
No mercado interno, o açúcar cristal registrou retração de cerca de 0,65%, segundo o indicador divulgado pelo Cepea em parceria com a Esalq. A saca de 50 kg foi negociada por R$ 108,97.
Já o etanol hidratado subiu 0,52%, com o metro cúbico negociado em R$ 2.893,50 nas usinas, de acordo com o indicador diário de Paulínia.
Diversas análises projetam excedentes significativos na safra mundial de açúcar em 2025/26. Consultorias apontam superávit global de até 10,5 milhões de toneladas, segundo estimativa do BMI Group, enquanto outra consultoria, a Covrig Analytics, estima excesso de cerca de 4,1 milhões de toneladas para o mesmo período.
Com esse cenário, a tendência é de persistente pressão nos preços internacionais da commodity, o que pode impactar produtores, exportadores e contratos futuros no curto e médio prazo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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