Publicado em: 12/09/2024 às 18:20hs
A produção de açúcar no centro-sul do Brasil, para a safra 2024/25, deverá ser quase 9% inferior ao previsto inicialmente, devido à seca severa e às queimadas que atingiram os canaviais no estado de São Paulo, o maior produtor de cana do país. A revisão foi divulgada pela Czarnikow, empresa global de trading e serviços de commodities, durante um evento em São Paulo.
Agora, a Czarnikow projeta que a produção de açúcar do centro-sul atinja 39,2 milhões de toneladas, ainda a segunda maior da história, mas com uma queda de mais de 7% em comparação ao recorde estabelecido no ciclo anterior. Esse cenário deverá resultar nos menores estoques de passagem de açúcar da região desde a safra 2020/21, estimados em menos de 2 milhões de toneladas, conforme apresentação realizada na conferência Novacana.
Ana Carolina Zancaner, analista da Czarnikow, comentou que, devido ao clima seco intenso, a qualidade da cana desta safra não permitirá o aproveitamento total da capacidade de cristalização que foi ampliada no Brasil nos últimos anos. Sobre as queimadas, Zancaner citou dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que apontam que mais de 230 mil hectares de canaviais foram atingidos pelo fogo, o que representa cerca de 4% da área cultivada no estado de São Paulo. Para efeito de comparação, em 2021, as queimadas atingiram 150 mil hectares.
A estimativa de moagem de cana também foi revisada para baixo, passando de 608 milhões de toneladas para 594 milhões de toneladas. Apesar da queda na produção, a oferta de açúcar deverá permanecer equilibrada até meados de 2025, antes de se tornar superavitária.
Zancaner destacou ainda que a recuperação das safras nos países do Hemisfério Norte diminui, em parte, a dependência pelo açúcar brasileiro, mas não de forma significativa, visto que o Brasil continuará respondendo por mais de 70% das exportações globais.
Sobre a próxima safra, 2025/26, a analista ressaltou que qualquer projeção no momento é incerta, já que as chuvas ficaram abaixo da média desde o início do ano e o comportamento climático a partir de outubro ainda é imprevisível.
Fonte: Portal do Agronegócio
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