Setor Sucroalcooleiro

Açúcar tem queda no mercado interno, mas contratos futuros se recuperam no exterior; etanol mantém altas consecutivas

Preços do açúcar recuam nas praças brasileiras, enquanto mercados internacionais mostram reação positiva. No setor de etanol, a valorização segue em sequência, refletindo demanda firme e ajustes na produção


Publicado em: 09/09/2025 às 11:10hs

Açúcar tem queda no mercado interno, mas contratos futuros se recuperam no exterior; etanol mantém altas consecutivas

O mercado do açúcar iniciou setembro com direções opostas entre o cenário interno e o internacional. Enquanto os preços no Brasil seguem pressionados pela forte oferta e baixa demanda, nas bolsas de Nova York e Londres os contratos futuros registraram recuperação parcial, apoiados pela desvalorização do dólar. No setor de biocombustíveis, o etanol hidratado manteve a sequência de altas semanais.

Açúcar cristal recua no mercado interno

De acordo com o Cepea, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal (Icumsa 130-180) registrou média de R$ 118,52/saca de 50 kg entre 1º e 5 de setembro, recuo de 0,14% em relação à semana anterior. Pesquisadores apontam que a baixa demanda tem levado algumas usinas a reduzirem preços para manter as vendas.

Além disso, a retração do açúcar demerara na Bolsa de Nova York reforçou a postura cautelosa de compradores brasileiros, que preferiram aguardar novos movimentos do mercado antes de fechar negócios.

Produção paulista pressiona valores

Outro fator de pressão é o ritmo acelerado de produção em São Paulo. Dados da Unica mostram que o estado produziu 2,368 milhões de toneladas de açúcar na safra 2025/26 até a primeira quinzena de agosto, alta de 20,46% frente ao mesmo período do ano passado. O avanço se deve ao maior direcionamento da cana para o adoçante: 61,64% das 27,7 milhões de toneladas processadas foram destinadas ao açúcar.

Recuperação dos contratos futuros no exterior

No mercado internacional, os contratos futuros do açúcar apresentaram recuperação após início de queda. O movimento foi favorecido pela desvalorização do dólar frente a outras moedas, o que incentivou recomposição de posições por parte dos investidores.

  • Nova York (ICE Futures): outubro/25 fechou a 15,85 cents de dólar/libra-peso (+1,41%) e março/26 a 16,43 cents (+1,05%).
  • Londres (ICE Europe): outubro/25 avançou 1,15%, para US$ 485,20/tonelada; dezembro/25 caiu 0,55%, a US$ 457,90/tonelada.

A volatilidade reflete, de um lado, as expectativas de maior produção brasileira e, de outro, os impactos da fraqueza do dólar, que segue pressionado por dados de emprego abaixo das projeções nos Estados Unidos e pela possibilidade de corte de juros pelo Federal Reserve ainda neste ano.

Etanol segue em alta no mercado interno

Enquanto o açúcar enfrenta dificuldades, o setor de biocombustíveis mantém fôlego. O etanol hidratado iniciou setembro com a sétima alta semanal consecutiva, sustentado pela menor oferta e pela proximidade do fim da moagem.

Entre 1º e 5 de setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ em São Paulo subiu 1,52%, cotado a R$ 2,7831/litro. Já o etanol anidro avançou 1,96%, encerrando a R$ 3,1838/litro (líquido de impostos).

Fonte: Portal do Agronegócio

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