Setor Sucroalcooleiro

Açúcar sobe nas bolsas internacionais após revisão negativa da produção no Brasil

StoneX reduz estimativa da safra brasileira e impulsiona cotações do açúcar


Publicado em: 27/11/2025 às 11:02hs

Açúcar sobe nas bolsas internacionais após revisão negativa da produção no Brasil

Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão de quarta-feira (26) em alta nas bolsas internacionais, refletindo a nova projeção da StoneX, que revisou para baixo a estimativa de produção da commodity no Brasil — o maior produtor e exportador mundial.

De acordo com a consultoria, a safra 2026/27 deve alcançar 41,5 milhões de toneladas, volume inferior à projeção anterior de 42,1 milhões de toneladas. A perspectiva de menor oferta reforçou o movimento de recuperação nos preços internacionais, em um momento de maior atenção às condições climáticas no Centro-Sul do país.

Nova York e Londres registram altas em todos os contratos futuros

Na ICE Futures, de Nova York, o açúcar bruto teve valorização generalizada. O contrato março/26 subiu 23 pontos, negociado a 15,14 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o maio/26 avançou o mesmo percentual, cotado a 14,68 cts/lb. Os demais vencimentos apresentaram ganhos entre 7 e 24 pontos.

Na ICE Futures Europe, em Londres, o açúcar branco também teve alta em todos os vencimentos. O contrato março/26 foi cotado a US$ 433,60 por tonelada, avanço de US$ 5,70 em relação à véspera. Já o maio/26 encerrou a US$ 429,10 por tonelada, com ganho de US$ 5,60.

Analistas indicam que o otimismo nos mercados internacionais reflete não apenas a revisão da StoneX, mas também preocupações com o clima seco no Brasil, que pode comprometer a próxima safra de cana-de-açúcar.

Condições climáticas preocupam e sustentam tendência de alta

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista da Safras & Mercado, Mauricio Muruci, destacou que a redução nas estimativas de produção brasileira é o principal fator de sustentação dos preços.

Segundo ele, há expectativa de chuvas abaixo da média nas áreas canavieiras do Centro-Sul durante a entressafra, especialmente em dezembro de 2025 e janeiro de 2026, quando o volume de precipitação pode ficar até 30% abaixo da média histórica.

“Quando essa informação ganhar mais força no noticiário nacional e internacional, poderemos observar um movimento ainda mais intenso de valorização nos preços do açúcar”, explicou Muruci.

A menor umidade do solo pode afetar o desenvolvimento dos canaviais e, consequentemente, reduzir o rendimento agrícola na próxima temporada.

Mercado interno: açúcar cristal reage e recupera parte das perdas

No mercado doméstico, o açúcar cristal interrompeu quatro dias consecutivos de queda e encerrou a quarta-feira (26) em alta, conforme o Indicador Cepea/Esalq (USP). A saca de 50 kg foi negociada pelas usinas a R$ 106,98, frente aos R$ 105,52 do dia anterior — uma valorização de 1,38%.

Analistas apontam que a recuperação reflete o repasse das cotações externas e a maior demanda pontual de distribuidores e atacadistas em meio ao período de entressafra.

Etanol hidratado mantém tendência de queda em Paulínia

Enquanto o açúcar reagiu, o etanol hidratado seguiu em baixa no mercado paulista. Segundo o Indicador Diário Paulínia (Cepea/Esalq), o biocombustível foi negociado a R$ 2.956,50 por metro cúbico, frente aos R$ 2.963,50/m³ do dia anterior — uma queda de 0,24%.

O recuo reflete a maior oferta de etanol nas usinas e o menor consumo observado nas últimas semanas, além da influência dos preços internacionais do petróleo, que mantêm o mercado de combustíveis mais contido.

Fonte: Portal do Agronegócio

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