Publicado em: 19/12/2024 às 11:10hs
Os contratos futuros de açúcar registraram mais um dia de queda nas bolsas internacionais, refletindo a desvalorização do real frente ao dólar e as notícias de que a Índia poderá retomar exportações de até 2 milhões de toneladas da commodity em 2025, caso o governo autorize as transações. Desde a safra 2022/23, as usinas indianas estão proibidas de exportar.
O dólar atingiu ontem um novo recorde, mesmo após intervenções do governo e do Banco Central. Segundo analistas, a valorização da moeda americana incentiva as usinas brasileiras — o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar — a fixarem mais suas produções, ampliando a oferta global e pressionando ainda mais os preços.
Deepak Ballani, diretor-geral da Associação Indiana de Usinas de Açúcar, afirmou à Reuters que “a oferta parece estar em uma situação melhor do que o inicialmente esperado, razão pela qual o governo deve permitir exportações de pelo menos 1 milhão a 2 milhões de toneladas".
Ainda segundo a agência, em 2022, a Índia, o segundo maior produtor mundial de açúcar após o Brasil, interrompeu as exportações pela primeira vez em sete anos, devido a uma seca que afetou a produção de cana. O governo do primeiro-ministro Narendra Modi decidiu estender a proibição para a temporada 2023/24, diante da perspectiva de produção reduzida, já que o país é também o maior consumidor global do adoçante. A safra indiana de açúcar ocorre de outubro a setembro.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o açúcar bruto para março/25 foi negociado ontem a 19,65 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de 19 pontos em relação à sessão anterior. O contrato para maio/25 recuou 25 pontos, sendo cotado a 18,28 cts/lb. Os demais vencimentos apresentaram quedas entre 11 e 22 pontos.
Em Londres (ICE Futures Europe), o açúcar branco também sofreu desvalorização. O contrato de março/25 caiu US$ 3,40, encerrando o dia a US$ 511,60 por tonelada. Já o vencimento de maio/25 foi cotado a US$ 512,70 por tonelada, uma baixa de US$ 4,20. Outros vencimentos caíram entre US$ 3,20 e US$ 4,60.
No Brasil, o mercado doméstico seguiu uma direção oposta. O preço do açúcar cristal medido pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP, subiu 0,45% na quarta-feira, com a saca de 50 kg negociada a R$ 161,15, ante R$ 160,43 na terça-feira.
O etanol hidratado, por sua vez, registrou desvalorização pelo segundo dia consecutivo no Indicador Diário Paulínia. O biocombustível foi negociado a R$ 2.740,00 por metro cúbico na quarta-feira, contra R$ 2.750,00 na sessão anterior, uma queda de 0,36%.
Fonte: Portal do Agronegócio
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