Publicado em: 18/08/2025 às 11:00hs
O mercado internacional do açúcar encerrou a última semana com volatilidade. Apesar das quedas registradas nas bolsas de Nova York e Londres, a commodity acumulou ganhos superiores a 1%, impulsionados por preocupações com a safra brasileira. Ao mesmo tempo, o cenário global de aumento de oferta, especialmente na Índia, volta a exercer pressão sobre as cotações.
De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a produção do Centro-Sul brasileiro na segunda quinzena de julho somou 3,6 milhões de toneladas, queda de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No acumulado da safra 2025/26 até julho, a produção já recua 7,8%, totalizando 19,268 milhões de toneladas. A produtividade agrícola também foi afetada: segundo o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), entre abril e julho houve queda de 10%, com média de 79,84 toneladas por hectare.
Um ponto de destaque foi o aumento da destinação da cana para açúcar, que passou de 50,32% em 2024 para 54,10% neste ciclo, compensando parcialmente as perdas e refletindo a busca das usinas por maior rentabilidade.
Outro fator que preocupa o setor é a qualidade da matéria-prima. O Açúcar Total Recuperável (ATR) atingiu o menor nível dos últimos dez anos, comprometendo o rendimento industrial das usinas.
Na ICE Futures, em Nova York, os contratos futuros de açúcar bruto recuaram. O contrato de outubro/25 caiu 14 pontos, para 16,44 centavos de dólar por libra-peso, enquanto março/26 fechou a 17,13 centavos, queda de 15 pontos.
No início desta semana, os preços mantiveram tendência negativa: outubro/25 foi negociado a 16,25 centavos de dólar por libra-peso (-1,16%) e março/26 a 16,94 centavos (-1,11%).
Na ICE Europe, em Londres, o açúcar branco também cedeu. O contrato de outubro/25 caiu US$ 8,20, cotado a US$ 481,20 por tonelada, enquanto dezembro/25 perdeu US$ 5,10, fechando em US$ 473,40 por tonelada. No pregão seguinte, o contrato de outubro/25 foi negociado a US$ 475,40, baixa de 1,21%.
No Brasil, o açúcar cristal apresentou valorização. O Indicador Cepea/Esalq (USP) registrou a saca de 50 quilos a R$ 121,18, alta de 1,28%.
No cenário externo, a expectativa de maior produção na Índia, segundo maior produtor mundial, pressiona as cotações. Projeções apontam para crescimento de 19% na safra 2025/26, atingindo 35 milhões de toneladas, após retração de 17,5% no ciclo anterior. O avanço é atribuído ao aumento da área plantada e às chuvas intensas da monção.
Nos portos brasileiros, o número de navios aguardando embarque caiu para 76 na semana encerrada em 13 de agosto, ante 80 na semana anterior, segundo a agência marítima Williams Brasil.
O volume agendado para embarque foi de 3,317 milhões de toneladas, abaixo das 3,577 milhões registradas na semana anterior. No acumulado de agosto, as exportações somaram 1.094.070 toneladas, gerando receita de US$ 459,015 mil, com preço médio de US$ 419,50 por tonelada.
Na comparação com agosto de 2024, houve queda de 6% na média diária de receita com as vendas externas de açúcar.
Fonte: Portal do Agronegócio
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