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Açúcar recua nas bolsas internacionais diante de oferta elevada e pressão de fundos

Mercado global de açúcar enfrenta queda nos preços devido ao excesso de oferta e à venda de contratos por fundos especulativos, impactando negociações e expectativas de produtores


Publicado em: 04/09/2025 às 11:00hs

Açúcar recua nas bolsas internacionais diante de oferta elevada e pressão de fundos

O mercado internacional de açúcar segue em trajetória de queda nesta semana, refletindo a combinação de aumento da produção no Brasil, perspectivas positivas para as safras da Índia e da Tailândia e a atuação mais intensa dos fundos de investimento. O cenário mantém investidores cautelosos, com os contratos futuros renovando mínimas recentes em Nova York e Londres.

Queda nas bolsas internacionais

Na ICE Futures, em Nova York, os contratos do açúcar bruto encerraram em baixa. O vencimento para outubro/2025 caiu para 16,03 centavos de dólar por libra-peso, enquanto março/2026 fechou a 16,65 centavos. Já nesta quinta-feira (4), os preços renovaram perdas: outubro/2025 recuou 0,87%, a 15,89 centavos, e março/2026 caiu 0,90%, a 16,50 centavos — a menor cotação em quase quatro semanas.

Na ICE Europe, em Londres, o açúcar branco também acompanhou a tendência negativa. O contrato para outubro/2025 foi negociado a US$ 481,80 por tonelada, baixa de 0,54%. Já dezembro/2025 recuou para US$ 468,00 por tonelada.

Produção no Brasil pressiona cotações

Segundo a Unica, a produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil atingiu 3,615 milhões de toneladas na primeira quinzena de agosto, alta de 16% em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, a proporção de cana destinada ao açúcar cresceu de 49,15% para 55%.

Apesar desse aumento recente, o acumulado da safra até meados de agosto soma 22,886 milhões de toneladas, uma queda de 4,7% frente ao ciclo anterior. A perspectiva de oferta robusta continua limitando a recuperação dos preços internacionais.

Expectativas globais e incertezas do mercado

O mercado segue atento ao fim da safra brasileira e ao início da colheita na Índia e na Tailândia. As condições climáticas nesses países são favoráveis, com boas chuvas sustentando projeções otimistas de produção.

De acordo com o consultor Leonardo Silvestre, mesmo com indicadores de ATR e TCH abaixo do registrado no último ciclo, muitas usinas brasileiras continuam colocando grandes volumes de açúcar no mercado. “Os fundos têm aproveitado o momento para pressionar os preços e se beneficiar das usinas que deixaram as vendas para o fim da safra”, observa.

Açúcar e etanol no mercado interno

No Brasil, o açúcar cristal registrou queda de 0,99%, segundo o Indicador Cepea/Esalq (USP), com a saca de 50 quilos cotada a R$ 117,81.

Já o etanol hidratado teve leve alta de 0,12%, de acordo com o Indicador Diário Paulínia, sendo negociado a R$ 2.887,00 por metro cúbico nas usinas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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