Setor Sucroalcooleiro

Açúcar recua em bolsas internacionais com expectativa de superávit global e avanço da produção no Brasil

Cotações internacionais refletem maior oferta e pressão das safras de grandes produtores


Publicado em: 25/09/2025 às 11:21hs

Açúcar recua em bolsas internacionais com expectativa de superávit global e avanço da produção no Brasil

Os preços do açúcar encerraram a semana em queda nas principais bolsas internacionais, refletindo a expectativa de oferta global abundante e o avanço da produção brasileira. A projeção de superávit para a safra 2025/26 e o aumento do mix açucareiro no Centro-Sul do Brasil intensificaram a pressão sobre as cotações.

Projeções indicam superávit global após déficit

Segundo a consultoria StoneX, a safra 2025/26 deve registrar superávit de 2,8 milhões de toneladas, revertendo o déficit estimado de 4,7 milhões de toneladas no ciclo 2024/25. A revisão está amparada em previsões de safras robustas em países-chave, como Índia e Tailândia.

Ainda assim, no caso indiano, a trader Sucden informou que até 4 milhões de toneladas podem ser desviadas para a produção de etanol em 2025/26. Mesmo com esse redirecionamento, o excedente doméstico segue elevado, o que pode resultar em exportações de até 4 milhões de toneladas — o dobro da previsão inicial de 2 milhões.

Produção brasileira em alta pressiona mercado

No Brasil, os dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) mostraram forte avanço da produção. Na segunda quinzena de agosto, o Centro-Sul produziu 3,87 milhões de toneladas de açúcar, alta de 18% frente ao mesmo período de 2024. O mix açucareiro subiu de 48,78% para 54,20%.

No acumulado da safra até agosto, a produção soma 26,76 milhões de toneladas, queda de 1,9% em relação ao ciclo anterior. Ainda assim, as usinas seguem priorizando a produção de açúcar em detrimento do etanol, ampliando a oferta do adoçante no mercado.

Cotações em Nova York e Londres

Na ICE Futures, em Nova York, os contratos de açúcar bruto encerraram a quinta-feira (25) em baixa. O contrato outubro/25 caiu 0,70%, para 15,53 centavos de dólar por libra-peso. O março/26 recuou 0,50%, a 16,05 centavos, e o maio/26 perdeu 0,57%, cotado a 15,63 centavos.

Em Londres, o açúcar branco também recuou. O contrato dezembro/25 fechou a US$ 457,40 por tonelada, queda de 0,28%. No pregão anterior, o mesmo contrato havia registrado US$ 458,40 por tonelada.

A semana foi marcada por mínimas históricas: em Nova York, os vencimentos mais próximos atingiram o menor patamar em 4,25 anos, enquanto em Londres os preços recuaram ao menor nível em quatro anos, prolongando a tendência de baixa que já se estende por sete meses.

Açúcar cristal e etanol no mercado interno

No mercado brasileiro, o açúcar cristal também apresentou retração. De acordo com o Indicador Cepea/Esalq (USP), a saca de 50 quilos caiu 0,91%, negociada a R$ 118,70.

Já o etanol hidratado registrou leve alta. Segundo o Indicador Diário Paulínia, o metro cúbico foi negociado a R$ 2.840,00 nas usinas, avanço de 0,32%.

Fonte: Portal do Agronegócio

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