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Açúcar recua e sobe no mercado internacional com avanço da moagem no Brasil e pressão global de oferta

Produção brasileira influencia os preços internacionais de açúcar


Publicado em: 19/09/2025 às 11:10hs

Açúcar recua e sobe no mercado internacional com avanço da moagem no Brasil e pressão global de oferta

Os contratos futuros de açúcar registraram volatilidade nesta semana, refletindo tanto o avanço da moagem no Brasil quanto a pressão de oferta global. Segundo a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), a moagem no Centro-Sul brasileiro somou 50,06 milhões de toneladas de cana na segunda quinzena de agosto, alta de 10,68% em relação ao ano anterior. No acumulado da safra 2025/26, o volume totaliza 403,94 milhões de toneladas, queda de 4,78% frente à safra passada.

Na segunda quinzena de agosto, a produção de açúcar no Centro-Sul aumentou 18% sobre o mesmo período de 2024, totalizando 3,87 milhões de toneladas, e o mix açucareiro subiu para 54,2%, ante 48,78% do ano anterior. Apesar disso, no acumulado da safra 2025/26, a produção ainda registra queda de 1,9%, somando 26,76 milhões de toneladas.

Mercado internacional: queda e recuperação dos preços

Na ICE Futures, em Nova York, os contratos de açúcar bruto recuaram na quinta-feira (18). O contrato de outubro/25 caiu 16 pontos, a 15,38 centavos de dólar por libra-peso, e o de março/26 perdeu 17 pontos, para 16,10 centavos. Em Londres, na ICE Europe, o açúcar branco para dezembro/25 caiu US$ 4,50, a US$ 454,60 por tonelada, e o contrato de março/26 desvalorizou-se US$ 5,40, a US$ 446,10 por tonelada.

No mercado interno, o açúcar cristal apresentou ligeira queda de 0,03%, com a saca de 50 quilos negociada a R$ 119,33, segundo o Indicador Cepea/Esalq (USP). Já o etanol hidratado avançou 0,26%, sendo comercializado a R$ 2.848,00 por metro cúbico nas usinas, conforme o Indicador Diário Paulínia.

Na sexta-feira (19), os preços internacionais se recuperaram. Em Nova York, o contrato outubro/25 subiu 1,17%, a 15,56 cents de dólar por libra-peso, enquanto o março/26 avançou 0,99%, a 16,26 cents, e o maio/26 teve alta de 0,95%, a 15,86 cents. Em Londres, o açúcar branco para dezembro/25 registrou valorização de 1,17%, a US$ 459,90 por tonelada.

Oferta elevada no Brasil mantém pressão sobre o mercado

Apesar da recuperação recente, os preços ainda refletem a pressão de oferta elevada no Brasil. O aumento da produção de cana e do mix açucareiro no Centro-Sul sustenta volumes altos de açúcar no mercado interno e internacional.

Além do Brasil, a Índia também segue como fator relevante. A trader Sucden estima que o país pode desviar 4 milhões de toneladas de açúcar para a produção de etanol na safra 2025/26, mas ainda assim manter exportações em níveis semelhantes ao planejado, superando as expectativas iniciais de 2 milhões de toneladas. Como segundo maior produtor mundial, essa movimentação adiciona pressão extra sobre os preços globais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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