Setor Sucroalcooleiro

Açúcar reage no fim de novembro e mercado internacional busca estabilidade entre 14 e 15 cents/libra-peso

Após quedas expressivas, preços internos e externos do açúcar mostram sinais de recuperação, enquanto usinas ajustam produção e mix entre açúcar e etanol.


Publicado em: 02/12/2025 às 11:40hs

Açúcar reage no fim de novembro e mercado internacional busca estabilidade entre 14 e 15 cents/libra-peso
Mercado internacional tenta consolidar suporte após fortes quedas

Após registrar quedas próximas de 3% no início da semana, o mercado global do açúcar iniciou dezembro operando em alta. Em Nova York, o contrato março/26 foi negociado a 14,82 cents de dólar por libra-peso, com avanço de 0,41%, enquanto os contratos maio/26 e julho/26 subiram 0,63%, sendo cotados a 14,38 e 14,37 cents, respectivamente. Em Londres, o contrato março/26 fechou em US$ 423,50 por tonelada, alta de 0,57%.

De acordo com analistas, o mercado tenta consolidar uma faixa de equilíbrio entre 14 e 15 cents/libra-peso, considerada um patamar de resistência por representar o valor mínimo necessário para cobrir os custos de produção do setor canavieiro.

“O cenário começa a mostrar uma reação. Acredito que já chegamos ao fundo do poço e importantes países produtores estão tomando medidas para conter novas quedas”, avaliou João Baggio, diretor-presidente da G7 Agro Consultoria. Ele destacou ainda que a Índia deve limitar suas exportações de açúcar na próxima temporada, com embarques abaixo de 1 milhão de toneladas, enquanto o Brasil encerra a safra com maior foco na produção de etanol.

Preços internos reagem, mas novembro fecha com queda acumulada

No mercado brasileiro, o açúcar cristal branco também apresentou sinais de recuperação nos últimos dias de novembro. Após atingir, em 25 de novembro, o menor valor da safra 2025/26 — R$ 105,52 por saca de 50 kg —, o Indicador CEPEA/ESALQ (Icumsa 130 a 180) reagiu, encerrando o mês cotado na faixa dos R$ 108/sc.

Apesar da melhora, o indicador acumulou queda de 4,53% no balanço mensal. Pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indicam que as desvalorizações de novembro refletem um comportamento mais cauteloso dos compradores, que antecipam maior oferta de produto com o avanço da safra e a continuidade da moagem em diversas regiões produtoras.

A produção brasileira segue robusta, com a região Centro-Sul processando volumes expressivos de cana-de-açúcar, mesmo diante de adversidades climáticas registradas no início da safra. Além disso, a decisão estratégica das usinas em priorizar o açúcar em detrimento do etanol ampliou a oferta no mercado doméstico, pressionando ainda mais as cotações.

Setor enfrenta desafios com custos elevados e ajustes no mix de produção

Para os produtores, a atual dinâmica de preços representa desafios significativos de rentabilidade, especialmente em um cenário de custos de produção elevados. O ajuste no mix entre açúcar e etanol tem sido uma estratégia para tentar equilibrar margens em meio à volatilidade dos preços internacionais e à demanda doméstica.

Segundo o Cepea, os negócios com etanol hidratado e anidro foram pontuais na última semana de novembro no mercado spot paulista, uma vez que as distribuidoras concentraram suas operações nas retiradas de volumes adquiridos anteriormente. Poucas usinas permaneceram ativas nas negociações.

Entre 24 e 28 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (SP) fechou em R$ 2,8653/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), com leve alta de 0,35% frente à semana anterior. Já o etanol anidro registrou valorização de 1,76%, encerrando o período a R$ 3,3004/litro (líquido de impostos).

Com informações do Cepea/Esalq e G7 Agro Consultoria

Fonte: Portal do Agronegócio

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