Setor Sucroalcooleiro

Açúcar oscila nas bolsas internacionais com influência do petróleo e da safra brasileira

Impactos do petróleo e da produção nacional provocam volatilidade nos preços do açúcar nos mercados globais


Publicado em: 11/09/2025 às 11:00hs

Açúcar oscila nas bolsas internacionais com influência do petróleo e da safra brasileira

O mercado internacional do açúcar tem apresentado movimentos distintos nesta semana, influenciado pela valorização do petróleo, pelo avanço da safra recorde no Brasil e pelas boas condições climáticas na Ásia. As projeções para o mix de produção e o balanço global entre oferta e demanda seguem no radar dos investidores.

Alta do açúcar em Nova York e Londres

Na quarta-feira (10), os contratos futuros do açúcar registraram alta nas principais bolsas internacionais, acompanhando a valorização do petróleo.

Na ICE Futures, em Nova York, o contrato de outubro/25 avançou 9 pontos, cotado a 15,93 centavos de dólar por libra-peso. Já o contrato de março/26 subiu 8 pontos, para 16,57 cents/lbp.

Em Londres, na ICE Europe, o açúcar branco também fechou em alta: outubro/25 valorizou US$ 6,60, alcançando US$ 489,90 por tonelada, enquanto dezembro/25 ganhou US$ 3,40, a US$ 467,00 por tonelada.

Estabilidade após avanço da safra brasileira

Já nesta quinta-feira (11), o mercado abriu estável. Em Nova York, o contrato outubro/25 manteve-se em 15,93 cents/lbp, enquanto o março/26 recuou 0,12%, a 16,55 cents/lbp.

Em Londres, o contrato outubro/25 teve leve valorização de 0,06%, chegando a US$ 490,20 por tonelada.

Segundo relatório do Itaú BBA, a forte produção do Centro-Sul brasileiro — com recorde no mix açucareiro — somada ao clima favorável para Índia e Tailândia, trouxe pressão sobre os preços no início de setembro. Esse cenário, segundo a consultoria, “tranquiliza os compradores e pressiona os vendedores a acelerarem o ritmo de negociação”.

Açúcar perde prêmio frente ao etanol

O Itaú BBA destacou que, pela primeira vez em mais de três anos, o açúcar apresentou prêmio negativo em relação ao etanol, cotado a 16,5 cents/lbp em equivalente de açúcar. Apesar disso, o impacto imediato sobre a safra 2025/26 deve ser limitado, uma vez que boa parte da produção já foi comercializada antecipadamente.

O reflexo maior pode ocorrer em 2026/27, quando ainda há pouca fixação de preços. Para este ciclo, o banco já revisou para baixo sua projeção do mix açucareiro, mesmo diante do desempenho recorde do Centro-Sul.

Balanço global: superávit x déficit

Para a safra 2025/26, o Itaú BBA projeta superávit global de 1,7 milhão de toneladas de açúcar, com os ajustes no mix dependendo da evolução futura dos preços.

No entanto, essa perspectiva contrasta com os cálculos da Organização Internacional do Açúcar (ISO). A entidade prevê déficit global de 231 mil toneladas no ciclo 2025/26, o sexto consecutivo, estimando produção mundial de 180,6 milhões de toneladas (+3,3% em relação ao ano anterior) e consumo de 180,8 milhões (+0,3% a/a).

Açúcar e etanol no mercado doméstico

No Brasil, o açúcar cristal registrou queda de 0,11% no Indicador Cepea/Esalq (USP), com a saca de 50 quilos negociada a R$ 119,39.

Já o etanol hidratado avançou 0,19%, segundo o Indicador Diário Paulínia, com o metro cúbico cotado a R$ 2.868,50 nas usinas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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