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Açúcar fecha semana e inicia nova alta com apoio de dados da UNICA e demanda global

Mercado internacional impulsiona preços do açúcar


Publicado em: 06/10/2025 às 11:30hs

Açúcar fecha semana e inicia nova alta com apoio de dados da UNICA e demanda global

Os contratos futuros de açúcar encerraram a semana passada em alta nas bolsas internacionais, registrando o segundo avanço consecutivo. O movimento foi sustentado pelos dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) referentes à primeira quinzena de setembro, além de sinais de demanda global aquecida.

Na ICE Futures, em Nova York, o contrato de açúcar bruto para março/26 avançou 7 pontos, cotado a 16,47 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o vencimento para maio/26 subiu para 15,99 centavos. Apenas os contratos de julho/27 e outubro/27 registraram leves quedas. Já na ICE Europe, em Londres, o açúcar branco apresentou valorização na maioria dos contratos, com destaque para agosto/26, que subiu US$ 2,00, alcançando US$ 454,50 por tonelada.

Queda no teor de açúcar na cana brasileira reforça suporte

Os dados da UNICA mostraram que o Açúcar Total Recuperável (ATR) na primeira quinzena de setembro caiu para 154,58 kg por tonelada, ante 160,07 kg/ton em igual período da safra 2024/25. No acumulado da temporada, o índice totaliza 134,08 kg/ton, retração de 3,93% em relação ao ciclo anterior. Essa redução indica menor produção de açúcar por tonelada de cana moída, reforçando a preocupação com a oferta do produto no Brasil.

Segundo especialistas, a menor qualidade da matéria-prima brasileira tem sido um fator decisivo para a valorização dos contratos futuros. “A queda no ATR aumenta a atenção do mercado sobre a oferta disponível, sustentando os preços internacionais”, explica Maurício Muruci, analista da Consultoria Safras & Mercado.

Demanda externa aquece o mercado

O mercado também foi beneficiado por movimentações de demanda. Em Nova York, as entregas de açúcar bruto para outubro superaram 1,5 milhão de toneladas, acima da média histórica. Além disso, o Paquistão adquiriu 320 mil toneladas para entrega imediata, reforçando o suporte aos preços.

A valorização contrasta com setembro, quando o mercado internacional foi pressionado por oferta elevada, atingindo os menores níveis em mais de quatro anos. O contrato março/26 fechou o mês a 16,60 centavos de dólar, queda de 2,4% em relação a 17,01 centavos de 29 de agosto, influenciado por uma safra robusta no Brasil e condições climáticas favoráveis na Ásia, especialmente Índia e Tailândia.

Projeções do USDA reforçam oferta global

Apesar da alta recente, o cenário para a produção global segue com expectativa de crescimento. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou que a safra brasileira de açúcar 2025/26 será de 44,386 milhões de toneladas, acima das 43,7 milhões previstas para 2024/25. As exportações também devem subir, de 34,890 milhões para 35,7 milhões de toneladas, mostrando que a oferta externa continua relevante para o comportamento dos preços.

Açúcar cristal acompanha leve recuo no mercado doméstico

No mercado interno, de acordo com o Indicador Cepea/Esalq (USP), a saca de 50 quilos de açúcar cristal foi negociada a R$ 116,46, apresentando leve recuo de 0,98% frente à semana anterior.

Fonte: Portal do Agronegócio

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