Publicado em: 03/09/2025 às 19:20hs
O mercado internacional de açúcar bruto em Nova York manteve-se, no terceiro trimestre de 2025, entre 16 e 17 centavos de dólar por libra-peso. Apenas o contrato de março de 2026 ficou levemente acima desse patamar, enquanto os demais vencimentos seguem abaixo de 17 US c/lp. Segundo análise do RaboResearch, a convicção dos fundos em manter posições vendidas não encontra respaldo imediato nos fundamentos de mercado.
No Brasil, os resultados da safra reforçaram preocupações. Dados até meados de agosto apontam queda de 4,5% no teor de ATR em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar do mix mais açucareiro — com 52,5% até agosto e 55% na primeira quinzena do mês —, a moagem e a produção de açúcar acumulam queda entre 5% e 6% frente à safra anterior. A projeção do RaboResearch indica moagem de 587 milhões de toneladas de cana, mix de 51,5% e produção de 39,6 milhões de toneladas de açúcar, distante da meta de 40 milhões.
No cenário internacional, as perspectivas seguem de oferta mais robusta. A Índia deve alcançar 34,9 milhões de toneladas de açúcar em 2025/26, destinando 4,5 milhões de toneladas para etanol e mantendo potencial para exportar cerca de 2 milhões de toneladas. A Tailândia também projeta safra maior, reforçando a percepção de que não há risco imediato de escassez global.
Apesar da pressão no açúcar, o mercado de etanol mantém suporte. A mistura obrigatória de anidro na gasolina passou de 27% para 30% em agosto, ao mesmo tempo em que a produção de etanol de cana pode cair até 4 bilhões de litros na safra 2025/26. Parte dessa redução será compensada pelo avanço do etanol de milho, que deve atingir quase 10 bilhões de litros. Esse cenário reduz a oferta disponível na entressafra e contribui para sustentar os preços do açúcar no Brasil.
O Rabobank alerta que a trajetória do câmbio e os preços internacionais da gasolina merecem monitoramento. Caso a Petrobras reduza novamente os preços do combustível, o impacto poderá ser sentido sobre o etanol. Além disso, as condições climáticas favoráveis em 2025 e a expansão da área de cana plantada em 2024/25 aumentam a expectativa de uma safra mais produtiva para 2026/27, o que pode alterar o equilíbrio global entre oferta e demanda.
Fonte: Portal do Agronegócio
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