Publicado em: 21/11/2025 às 11:40hs
O mercado internacional do açúcar encerra esta sexta-feira (21) em terreno positivo, acompanhando a movimentação nas bolsas de Nova York e Londres.
Na ICE Futures, o contrato março/26 era cotado a 14,71 cents de dólar por libra-peso (+0,34%), enquanto o maio/26 subia para 14,26 cents (+0,49%) e o julho/26 avançava a 14,19 cents (+0,42%). Em Londres, o contrato março/26 do açúcar branco era negociado a US$ 421,70 por tonelada, alta de 0,40%.
De acordo com análise da Barchart, o mercado consolida ganhos recentes após atingir, nesta semana, o maior patamar em três semanas e meia. O movimento reflete as expectativas sobre uma possível elevação no preço do etanol pela Índia, o que poderia levar as usinas do país a destinarem mais cana para a produção do biocombustível, reduzindo a oferta global de açúcar.
A Organização Internacional do Açúcar (ISO) divulgou sua primeira revisão para o ciclo 2025/26, projetando um superávit global de 1,625 milhão de toneladas. A estimativa reverte o déficit anterior e indica um mercado “modestamente confortável”.
Para a temporada 2024/25, a entidade revisou o déficit global de 4,879 milhões para 2,916 milhões de toneladas, refletindo a boa performance da colheita nos países do Hemisfério Sul.
A produção mundial deve atingir 181,77 milhões de toneladas em 2025/26, alta de 5,55 milhões em relação ao ciclo anterior, impulsionada pela recuperação na Índia, Tailândia e Paquistão. Já o consumo global é estimado em 180,14 milhões de toneladas, avanço de 0,56%.
Apesar da previsão de superávit, os estoques internacionais de açúcar seguem em níveis historicamente baixos. A ISO estima que a relação estoque/uso cairá para 52,74%, o menor patamar em nove anos.
Quando ajustados às perdas de refino, os estoques podem cair para menos de 43%, o menor índice registrado nos últimos 15 anos. Esse cenário mantém o mercado atento, uma vez que qualquer problema climático ou mudança de política em grandes produtores pode rapidamente pressionar os preços.
O Brasil continua como principal fornecedor mundial de açúcar, mas enfrenta custos elevados de produção e incertezas climáticas em algumas regiões produtoras, o que pode limitar o ritmo de crescimento da oferta.
O avanço da moagem e o bom rendimento industrial mantêm o país competitivo, mas a decisão entre produzir açúcar ou etanol segue sendo estratégica. A relação entre os preços do petróleo e do açúcar, além da demanda interna por biocombustíveis, influencia diretamente essa escolha.
A Índia, segundo maior produtor mundial, é o principal fator de incerteza para o mercado global. A expectativa de um aumento no preço do etanol pode reduzir o volume de cana destinado à produção de açúcar, o que tende a sustentar os preços internacionais.
Com o governo indiano avaliando ajustes em sua política de biocombustíveis, o mercado segue atento aos impactos sobre a oferta e as exportações do país.
Apesar da previsão de superávit moderado, analistas destacam que o equilíbrio entre oferta e demanda permanece frágil. A volatilidade climática, os conflitos geopolíticos e as variações no mercado de energia seguem como fatores determinantes para o desempenho do setor nos próximos meses.
“O mercado global ainda enfrenta margens apertadas de estoque e consumo. Pequenas alterações em políticas nacionais ou no clima podem provocar grandes movimentos de preço”, avaliam consultores internacionais.
Fonte: Portal do Agronegócio
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