Setor Sucroalcooleiro

Açúcar e etanol enfrentam volatilidade no mercado interno e quedas nos contratos internacionais

Oferta global robusta e exportações brasileiras influenciam preços; etanol registra leve recuperação


Publicado em: 14/10/2025 às 11:30hs

Açúcar e etanol enfrentam volatilidade no mercado interno e quedas nos contratos internacionais

O mercado de açúcar e etanol no Brasil apresenta volatilidade nesta segunda quinzena de outubro, com preços do açúcar cristal firmes no mercado paulista, mas queda nos contratos internacionais. Já o etanol hidratado registra aumento na comercialização, refletindo maior demanda interna.

Açúcar cristal mantém preços firmes no mercado paulista

Segundo levantamento do Cepea/Esalq, os preços do açúcar cristal ficaram estáveis a ligeiramente mais firmes no spot paulista entre 6 e 10 de outubro, com média de R$ 117,36 por saca de 50 kg (Icumsa 130 a 180), alta de 0,44% em relação ao período anterior.

O movimento se deu principalmente pela restrição da oferta, em razão do maior volume destinado às exportações. Compradores, especialmente de cristal tipo Icumsa 150, buscaram negociar novos lotes, enquanto usinas paulistas mantiveram os preços firmes para vendas no spot.

Exportações e safra global pressionam contratos internacionais

Nos mercados internacionais, o açúcar registrou queda nos contratos futuros. Na ICE Futures em Nova York, o contrato de março/26 caiu para 15,45 centavos de dólar por libra-peso (-1,02%), o de maio/26 a 14,97 centavos (-1,25%) e julho a 14,87 centavos (-1,26%). Em Londres, o açúcar branco para dezembro/25 foi cotado a US$ 441,30 por tonelada, recuo de 0,61%.

A pressão nos preços reflete a perspectiva de superávit global na safra 2025/26, com previsões de safras robustas na Índia e na Tailândia, além do equilíbrio entre oferta e demanda na produção brasileira. Dados da Unica apontam que a moagem de cana para açúcar no Centro-Sul aumentou, com 53,49% da cana destinada ao açúcar na segunda quinzena de agosto, contra 47,74% no mesmo período de 2024. A produção acumulada do Centro-Sul até meados de setembro caiu 0,1% para 30,388 milhões de toneladas, mas a segunda quinzena apresentou alta anual de 15,7%, totalizando 3,622 milhões de toneladas.

Etanol hidratado registra alta na comercialização

O etanol hidratado também atraiu atenção no mercado interno. Dados do Cepea mostram que o volume comercializado pelas usinas paulistas quase dobrou em relação à semana anterior, refletindo maior demanda e menores estoques frente ao mesmo período de 2024.

Apesar do aumento na movimentação, os preços se mantiveram estáveis. Entre 6 e 10 de outubro, o Indicador CEPEA/Esalq fechou em R$ 2,7156 por litro para o hidratado (queda de 0,4%) e R$ 3,1126 por litro para o anidro (recuo de 0,36%), ambos líquidos de impostos.

Perspectivas para o mercado

Segundo especialistas, o setor enfrenta desafios mistos: enquanto a maior liquidez interna e a firmeza nos preços do açúcar cristal sustentam parte do mercado, a pressão internacional e a expectativa de safras globais robustas mantêm o viés negativo para os contratos futuros.

A corretora Sucden Financial destaca que a estrutura técnica aponta para fraqueza sustentada no curto prazo em Nova York, reforçando a influência de excesso de oferta e tendências gráficas de baixa. Nos próximos dias, o mercado acompanhará de perto os dados de produção e moagem de cana no Centro-Sul, que podem impactar os preços de curto prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

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