Publicado em: 18/12/2025 às 11:10hs
Os contratos futuros do açúcar seguem em queda nas bolsas internacionais, pressionados pela desvalorização do real frente ao dólar e pelo aumento da oferta global. Nesta quinta-feira (18), as cotações mantiveram o movimento negativo observado desde o início da semana, refletindo o avanço do dólar acima de R$ 5,50, o que torna as exportações brasileiras mais competitivas e aumenta a oferta no mercado externo.
Segundo o portal Notícias Agrícolas, o real atingiu o menor valor em quatro meses, o que estimula as usinas brasileiras a destinarem mais açúcar para o exterior — fator que reduz as cotações internacionais.
Na ICE Futures, em Nova York, o contrato de março/26 encerrou o pregão cotado a 14,61 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,02%. O vencimento de maio/26 foi negociado a 14,23 cts/lb (-0,91%), enquanto o julho/26 ficou em 14,25 cts/lb (-0,84%).
Um dia antes, o mesmo contrato de março/26 havia fechado a 14,76 cts/lb, acumulando uma desvalorização contínua desde segunda-feira.
Na ICE Futures Europe, em Londres, o açúcar branco também apresentou retração: o contrato de março/26 foi negociado a US$ 419,30 por tonelada, recuo de 0,71%, enquanto o vencimento de maio/26 caiu para US$ 418,90 por tonelada.
Além do câmbio, o mercado repercute as projeções de aumento na produção mundial. Dados divulgados pela Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA) mostram que a produção da Índia entre 1º de outubro e 15 de dezembro da safra 2025/26 atingiu 7,83 milhões de toneladas, alta de 28% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
No Brasil, a Conab elevou em novembro sua estimativa de safra para 45 milhões de toneladas, contra 44,5 milhões previstas anteriormente. Já a Unica informou que a produção acumulada no Centro-Sul até novembro somou 39,9 milhões de toneladas, avanço de 1,1% em relação ao ano anterior. O mix de cana destinado ao açúcar também cresceu, passando de 48,34% na safra 2024/25 para 51,12% em 2025/26.
A Organização Internacional do Açúcar (ISO) projeta um excedente global de 1,625 milhão de toneladas na temporada 2025/26, revertendo o déficit de 2,916 milhões registrado em 2024/25. A produção mundial deve aumentar 3,2%, chegando a 181,8 milhões de toneladas, impulsionada principalmente pela Índia, Tailândia e Paquistão.
Consultorias privadas seguem a mesma linha: a Czarnikow revisou sua previsão de superávit global para 8,7 milhões de toneladas, indicando um cenário de ampla oferta e preços sob pressão.
No Brasil, o mercado físico acompanhou a tendência internacional. De acordo com o Indicador Cepea/Esalq (USP), o açúcar cristal foi negociado a R$ 109,65 por saca de 50 kg na quarta-feira (17), queda de 0,08% em relação à véspera.
O etanol hidratado, por outro lado, registrou leve valorização. Segundo o Indicador Diário Paulínia, o metro cúbico foi negociado a R$ 3.023,50, alta de 0,37% frente aos R$ 3.012,50 da terça-feira.
Fonte: Portal do Agronegócio
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