Saúde Animal

Necropsia e controle da coccidiose

Entenda por que essa ainda é a ferramenta mais ágil e efetiva para o monitoramento da doença


Publicado em: 27/06/2022 às 13:40hs

Necropsia e controle da coccidiose

Considerada uma das doenças infecciosas de maior impacto econômico na avicultura, a coccidiose aviária é causada por protozoários do gênero Eimeria. Seu controle é realizado principalmente com a ajuda de medicamentos anticoccidianos, disponíveis no mercado. É de suma importância, no entanto, a realização de monitorias sanitárias nos plantéis para a identificação de possíveis desafios no campo.

A avaliação dos escores de lesão intestinal, realizada durante as necropsias das aves, continua sendo a ferramenta mais usual, efetiva e ágil para o controle da coccidiose. O raspado intestinal associado à avaliação microscópica (aumento 100x) também é utilizado por algumas empresas. O principal objetivo é a realização da contagem de oocistos, principalmente de E. máxima (visualização macroscópica mais difícil), por meio de raspados intestinais realizados na região do divertículo de Meckel. Estudos de Gazoni, (2015) indicaram que a E. máxima teve uma prevalência de 4% na avaliação macroscópica, enquanto, por microscopia, a prevalência foi de 45%. Essa ferramenta também pode ser uma alternativa para a detecção da coccidiose subclínica.

Outra ferramenta utilizada para o controle da coccidiose é a contagem de oocistos por grama de fezes frescas (OPG), que mensura a excreção de oocistos nas fezes e, consequentemente, o grau de infecção do plantel. Normalmente, o pico de excreção de oocistos ocorre entre 5 e 7 dias pós- infecção das aves. No entanto, estudos concluíram que a OPG não se correlaciona bem com a redução do ganho de peso e escores de lesões. As altas doses de Eimeria resultam em um efeito de aglomeração que reduz o desprendimento de oocistos nas fezes, enquanto ainda causam danos significativos ao intestino. Essa ferramenta pode ser uma alternativa nos casos de infecções subclínicas.(Conway, 2007).

O teste de sensibilidade a anticoccidianos (AST), também conhecido como “antibiograma das Eimerias”, é uma ferramenta que auxilia na escolha dos programas de anticoccidianos disponíveis. A eficácia das diversas moléculas é avaliada por meio de análises estatísticas de ganho de peso, conversão alimentar e escores de lesão em aves com aproximadamente 21 dias de idade que foram inoculadas com oocistos viáveis coletados em campo.

Os ASTs vêm sendo utilizados há anos por pesquisadores europeus e norte-americanos, de forma a esclarecer surtos de coccidiose em determinadas regiões ou empresas.

Portanto, para a gestão sanitária dos plantéis, é imprescindível entender qual espécie de Eimeria é mais prevalente na integração, em qual idade os lotes estão mais suscetíveis às infecções, quais são as estratégias disponíveis para o monitoramento da doença e o mecanismo de ação dos diferentes anticoccidianos disponíveis. Avaliando esses fatores, a escolha das ferramentas de controle se torna muito assertiva.