Publicado em: 19/09/2025 às 15:30hs
A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) consolidou-se como uma das principais estratégias reprodutivas da pecuária de corte e leite no Brasil. Ao permitir a inseminação de grandes lotes sem depender da detecção de cio, a técnica oferece previsibilidade, ganho genético acelerado e maior eficiência operacional. Atualmente, milhões de vacas passam por protocolos de IATF anualmente, reforçando a importância da tecnologia na intensificação da produção.
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios, como a escassez de mão de obra, a necessidade de protocolos mais curtos e práticos, e a busca por taxas de prenhez mais altas. Nesse cenário, a biotecnologia aplicada à reprodução surge como aliada estratégica, promovendo maior desempenho zootécnico e bem-estar animal.
Entre as soluções recentes, o uso do eCG recombinante (reCG) se destaca. Pesquisas indicam que o reCG apresenta equivalência farmacodinâmica ao eCG tradicional, influenciando positivamente a dinâmica folicular e as taxas de prenhez. Protocolos curtos, como o de sete dias de dispositivo com inseminação no nono dia, aproveitam a tecnologia para estimular o crescimento folicular, prolongar a fase de proestro e sincronizar a ovulação, aumentando as chances de sucesso reprodutivo.
Além disso, o reCG oferece flexibilidade de protocolos. A combinação com o Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH) ajuda a corrigir assincronias e estimular a ovulação em fêmeas com folículos menores ou sem manifestação evidente de estro. Na prática, isso significa maior previsibilidade e adaptação às diferentes realidades das fazendas.
Para Alexandre Souza, gerente de Serviços Técnicos da Unidade de Pecuária da Ceva, a principal vantagem do reCG é a confiabilidade no manejo:
“O reCG oferece uma resposta folicular mais previsível e consistente, permitindo planejar a estação de monta com segurança. Essa regularidade reduz perdas e maximiza a taxa de prenhez em diferentes categorias de fêmeas.”
Outro diferencial é a apresentação do produto, pronta para uso e sem necessidade de reconstituição. O frasco pode ser utilizado por até 30 dias após aberto, facilitando o manejo e diminuindo o risco de erros, traduzindo-se em eficiência operacional e economia de tempo, essenciais diante da escassez de mão de obra.
O avanço tecnológico se materializa no FOLI-REC®, desenvolvido pela Ceva com técnicas de engenharia genética avançada, sem utilização de produtos de origem animal. O produto combina eficiência, previsibilidade e princípios de bem-estar animal.
“Estamos falando de uma tecnologia que alia ganho produtivo a princípios éticos. Ao eliminar a necessidade de extração animal, o FOLI-REC® atende à demanda ética do setor sem comprometer a eficiência em campo.”
Estudos recentes em bovinos Nelore confirmam os benefícios do FOLI-REC®. Em novilhas, doses de 0,7 mL (49 IU) e 1,0 mL (70 IU) promoveram maior crescimento folicular e taxas de prenhez equivalentes ao eCG convencional, com menor volume e sem origem animal (Silva et al., Animal Reproduction, v.21, n.3, 2024).
Em vacas Nelore pós-parto, protocolos de 7 e 8 dias alcançaram taxas de prenhez de 53,7% e 50,8%, respectivamente, demonstrando a consistência e flexibilidade do reCG em diferentes categorias (Oliveira et al., Animal Reproduction, v.22, n.3, 2025).
Com respaldo técnico e resultados consistentes, o FOLI-REC® se consolida como uma ferramenta estratégica para elevar a eficiência reprodutiva, garantir previsibilidade nos resultados e atender às novas demandas éticas da pecuária brasileira.
Fonte: Portal do Agronegócio
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