A indústria brasileira processou 15,629 milhões de toneladas de soja em grão entre fevereiro e julho deste ano - seis primeiros meses do ano comercial 2013/2014 -, informou nesta segunda-feira (2/9), a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), com base em uma amostragem de cerca de 81%.

Para fins de comparação, o número foi corrigido estatisticamente pela associação para 19,3 milhões de toneladas, de modo a compreender 100% do setor. O volume ajustado representa uma queda de 7,2% ante 20,8 milhões de toneladas esmagadas em igual período de 2012/2013 e de 3% em relação aos 19,88 milhões de toneladas processadas em 2011/12, de acordo com Abiove.

"Este ano está um pouco mais fraco mesmo com uma safra recorde. O que ocorre é que o Brasil está exportando volumes recordes em grão, o que tira a competitividade da indústria", explica Fábio Trigueirinho, secretário-geral da entidade.

Ele acrescenta que a demanda internacional por farelo e óleo de soja é principalmente atendida pela Argentina porque o regime tributário brasileiro hoje desencoraja a agregação de valor à matéria-prima. "Nós temos uma política atravessada, com acúmulo de créditos porque não há vendas tributadas (suficientes) para eles serem utilizados", diz Trigueirinho, citando a isenção de impostos federais para produtos da cesta básica em março.

Ainda segundo a Abiove, o Brasil exportou 21,434 milhões de toneladas de soja em grão, 5,366 milhões de toneladas de farelo e 639 mil toneladas de óleo bruto e refinado de fevereiro a julho deste ano. Os volumes abrangem entre 80% e 82% da indústria nacional. No mesmo intervalo do ano comercial 2012/13, foram embarcadas ao exterior 16,617 milhões, 7,57 milhões e 1,171 milhão de toneladas, respectivamente, conforme dados já corrigidos pela associação.