Publicado em: 29/07/2025 às 11:40hs
A imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras de suco de laranja para os Estados Unidos, prevista para começar em 1º de agosto, pode gerar um impacto anual de até US$ 792 milhões (equivalente a R$ 4,3 bilhões). O dado foi divulgado pela Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos (CitrusBR), que alerta para um aumento expressivo nos custos tributários do setor.
Na safra 2024/25, o setor pagou cerca de US$ 142,4 milhões em tarifas para acessar o mercado americano. Com a nova tarifa, o total pago ao mercado dos EUA pode saltar 456%, alcançando os US$ 792 milhões. Considerando ainda outros mercados importantes, como União Europeia, Canadá, Japão, China, Reino Unido, Noruega, Suíça e Rússia, os tributos globais cobrados sobre as exportações de suco devem aumentar de US$ 393,6 milhões para US$ 1,3 bilhão.
Os Estados Unidos foram o segundo maior comprador do suco brasileiro na safra 2024/25, representando 41,7% das exportações, atrás apenas da Europa. No período, o Brasil exportou 307.673 toneladas de suco, equivalentes a aproximadamente 85 milhões de caixas de 40,8 kg, gerando uma receita de US$ 1,31 bilhão.
Atualmente, o Brasil paga uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada para exportar suco de laranja aos EUA, que totalizou US$ 142,4 milhões na última safra. A nova tarifa de 50%, acumulada com uma alíquota adicional de 10% anunciada em abril, eleva os custos para cerca de US$ 792 milhões.
Mesmo que a nova tarifa de 50% substitua — e não se acumule — à de 10%, o aumento ainda seria expressivo, chegando a US$ 635 milhões, um crescimento de 345,8% em relação ao valor atual. No curto prazo, o setor enfrenta dificuldades para redirecionar esse volume de suco para outros mercados, o que pode colocar a indústria brasileira em uma posição delicada.
Fonte: Portal do Agronegócio
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