A iniciativa foi do Sebrae/SC, Associação de Vitivinicultores de Xanxerê e Núcleos de Vitivinicultores de Pinhalzinho e Quilombo com apoio das Prefeituras Municipais e Associações Empresariais dos três municípios, Programa SC Rural/Epagri e da Facisc. O evento contou com a participação de 40 produtores.

Com um trabalho de qualificação desenvolvido pelo Sebrae/SC há cerca de quatro anos, por meio dos programas Sebraetec (Xanxerê e Pinhalzinho) e Empreender Competitivo (Quilombo), foi possível avaliar as condições dos empresários investirem na vitivinicultura. Os produtores receberam consultoria tecnológica visando melhorar processo produtivo, layout e matéria-prima.

“Contabilizamos o resultado da avaliação de vinhos regional como um marco muito importante para a tomada de decisões em relação ao apoio que daremos para o setor. Estamos com três grupos organizados na região que são avaliados justamente porque existem desafios legais a serem superados e a legislação está em discussão. Os avaliados atendem a avaliação utilizando critérios internacionais, em produção artesanal. São relevantes os aspectos de entendimento e envolvimento de vários parceiros e o elevado potencial que o segmento possui, o que está sendo considerado para o novo modelo da região”, enfatizou o coordenador regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani.

Parmeggiani enfatiza ainda que persistência dos vitivinicultores se sobressai muito na qualidade, personalidade, grau de empreendedorismo para a produção de um produto para ser consumido com segurança. “Essa avaliação regional mostrou, definitivamente, que temos competência e talento para produzir bons vinhos com as uvas disponíveis, com as variedades que possuímos, valorizando a produção regional para cobrir os espaços em nossos bares, restaurantes e hotéis”.

O enólogo e consultor do Sebrae/SC Gilson Panceri Junior ressalta que a cada ano a evolução dos vinhos é maior. “A consultoria tem como foco a qualidade, o que aumenta a procura pelo vinho. Para isso, acompanhamos desde o plantio, escolha da videira, implantação da parreira, o cultivo e a colheita, enfim, todas as etapas até a apresentação em garrafa para que possamos encaminhar para a legalização junto ao Ministério da Agricultura. Nos últimos três anos, o vinho deve ter evoluído cerca de 150% da qualidade”, disse.

Segundo o enólogo, a maior dificuldade é a legislação que hoje não abrange o pequeno produtor artesanal. “Todos os produtores têm capacidade de produção, mas estão à margem da legalidade porque a legislação é feita basicamente para grandes vinícolas. Além disso, também tem a questão tributária, hoje o vinho possui uma tributação em torno de 60% - maior que a da arma de fogo”.

O produtor e presidente da Associação de Produtores de Vinho de Xanxerê, Antonio Zonta, conta que produz vinho em sua própria residência e, com o acompanhamento de um enólogo através da Epagri, pôde melhorar seu produto. “A participação do Sebrae/SC é importante já que dá as condições para que a produção possa expandir”.

Acompanhando a premiação, esteve o analista do Sebrae nacional, Elbert de Freitas Sá, que também atua como gestor nacional do programa Encadeamento produtivo. Para ele, eventos desta natureza enaltecem o produto e a história da região. “É muito importante que se procure valorizar a cultura e os produtos locais. Na maioria dos projetos do Sebrae, colocamos ações que valorizam a história dos produtos regionais, fazendo uma vinculação entre o produto e sua história, para trazer além da qualidade, valor cultural”.

O xanxerense José Hilton Debiasi ficou em primeiro lugar regional na categoria Niágara Branca. Ele ainda levou mais três troféus, os quais têm orgulho de levar para casa. “Foi uma satisfação muito grande receber esse reconhecimento. Isso demonstra todo o trabalho para oferecer um produto com maior qualidade. Fico muito feliz porque é o prêmio pelo trabalho que a gente desenvolve na propriedade. Tenho 2.180 pés de parreira e, no ano passado, colhi 15 mil quilos de uva.

O extensionista rural da Epagri de Xanxerê, Alexandre Bortoluzzi, enfatiza que a evolução da qualidade se dá pelo empenho dos produtores e auxílio do enólogo. “Acompanhamos os produtores desde a colheita da uva e organizamos toda a avaliação do vinho. O vinho de Xanxerê está muito bom. Na degustação, percebemos que melhorou, pois hoje já não há mais aquela acidez no vinho”.