Publicado em: 16/09/2025 às 17:30hs
A indústria de esmagamento de soja vive um momento inédito. Pela primeira vez em anos, o óleo de soja praticamente se igualou ao farelo na composição da margem de lucro do setor. Dados de 11 de setembro apontam que o óleo respondeu por 49% da margem, enquanto o farelo ficou com 51%. Historicamente, o farelo sempre manteve ampla liderança, com média anual de 62,2%, contra 37,8% do óleo.
O crescimento expressivo da demanda por biodiesel tem sido o principal motor dessa mudança. A procura aquecida pressiona os preços do óleo e aumenta sua relevância na cadeia produtiva. O produto, tradicionalmente secundário frente ao farelo, ganha novo protagonismo como insumo energético.
Além do mercado interno, as exportações de óleo de soja seguem em ritmo acelerado, favorecidas por fatores cambiais que ampliam a competitividade brasileira no cenário global. Esse movimento sustenta a valorização e reforça o papel estratégico do óleo na rentabilidade da indústria.
Enquanto isso, o farelo de soja, amplamente utilizado na nutrição animal, apresenta estabilidade nos preços. Essa condição limita seu avanço na participação da margem, mantendo-o como peça-chave do setor, mas sem ganhos significativos no curto prazo.
O equilíbrio atual entre óleo e farelo deve influenciar diretamente as decisões de esmagamento, o planejamento logístico e as estratégias de comercialização da soja. A nova configuração também pode impulsionar investimentos no setor de biodiesel, reforçando o papel do óleo como motor de transformação dentro da cadeia.
Apesar de o farelo continuar como insumo essencial para a produção de proteínas animais, a maior competitividade do óleo de soja sinaliza uma mudança estrutural nas dinâmicas de rentabilidade industrial.
Fonte: Portal do Agronegócio
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