Processamento

Farelo de soja mantém queda histórica enquanto óleo registra alta com demanda aquecida

Farelo recua pelo sexto mês seguido em Chicago


Publicado em: 14/08/2025 às 17:00hs

Farelo de soja mantém queda histórica enquanto óleo registra alta com demanda aquecida

Segundo o Agro Mensal, relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA, o mercado do farelo de soja segue pressionado e registrou em julho a sexta queda mensal consecutiva na Bolsa de Chicago. O recuo foi de 6,2% frente a junho, com preços abaixo de US$ 269 por tonelada, influenciados pelo aumento do esmagamento global e oferta acima da demanda.

Enquanto isso, o óleo de soja apresentou valorização expressiva de 9%, atingindo US¢ 52,29 por libra-peso, sustentado pela firme demanda internacional.

Mercado interno acompanha queda do farelo e reação do óleo

No Brasil, o farelo de soja caiu 6,1% em julho, refletindo a baixa em Chicago e a concorrência da Argentina, que pressiona os prêmios nacionais. Já o óleo de soja voltou a subir após dois meses de retração, avançando 4% no Mato Grosso e chegando a R$ 5.955 por tonelada. A alta é atribuída à expectativa de maior consumo com a entrada em vigor do B15, aumento da mistura obrigatória de biodiesel, no dia 1º de agosto.

Óleo de palma reage à valorização da soja

Apesar de quedas no início do ano devido à previsão de estoques maiores na Malásia, o óleo de palma registrou alta de 3% em julho, chegando a US$ 1.005 por tonelada, impulsionado pela valorização do óleo de soja na CBOT.

Exportações crescem nos primeiros sete meses de 2025

As exportações brasileiras de farelo de soja somaram 14 milhões de toneladas de janeiro a julho, alta de 5% em relação ao mesmo período de 2024. Já os embarques de óleo de soja chegaram a 1 milhão de toneladas, crescimento de 16,5% na mesma base de comparação.

Margens de esmagamento: EUA e China avançam, Brasil recua

Nos Estados Unidos, a queda nos custos da soja e o aumento da demanda por óleo, impulsionado por políticas de biocombustíveis, mantêm as margens de esmagamento em patamares positivos. A ausência de compras da China reduziu os custos de originação, favorecendo ainda mais o processamento.

Na China, as margens também são favoráveis, com o país adquirindo principalmente soja brasileira, mas ampliando compras da Argentina para suprir a demanda.

Já no Brasil, o cenário é mais desafiador: a valorização da soja e a queda do farelo reduziram a rentabilidade das indústrias. A Abiove revisou para cima a projeção de esmagamento de soja em 2025, para 57,8 milhões de toneladas — alta de 0,5% sobre a estimativa anterior e 3,6% acima do volume de 2024 —, mas muitas fábricas já consideram antecipar paralisações se as margens não melhorarem.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias