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Alta de 40% no consumo de suco de uva gera novos negócios

Comercialização da bebida passou de 4,1 milhões de litros em 2004 para mais de 72 milhões de litros no ano passado


Publicado em: 14/02/2014 às 17:50hs

Alta de 40% no consumo de suco de uva gera novos negócios

Enquanto o vinho faz a fama da Serra, é o suco de uva que ganha espaço nas indústrias. Enquanto o consumo de vinho no Brasil cresceu apenas 3,79% em relação a 2012, a venda do suco de uva teve alta de 40% no mesmo período, em uma curva de linha ascendente há pelo menos 10 anos.

O produto integral (feito com 100% da fruta, sem adição de água, açúcar ou conservantes) é um dos principais responsáveis pelo sucesso da bebida. É o carro-chefe do segmento de sucos e abrange tintos, rosados, brancos e orgânicos (produzidos sem agrotóxicos). Em uma década, a comercialização deu um salto, passando de 4,1 milhões de litros em 2004 para mais de 72 milhões de litros no ano passado.

— A gente percebe que as pessoas estão muito mais preocupadas em ter uma vida saudável. O suco 100% de uva tem tantos benefícios à saúde quanto o vinho. Costumamos dizer que o suco é democrático: pode ser consumido dos seis meses de idade e pela vida inteira — explica a diretora de promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Andréia Gentilini Milan

E a produção de suco de uva na serra gaúcha não se restringe mais a produtos básicos. O mercado se abre aos sucos destinados a paladares mais exigentes. A Casa Madeira, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, criou em 2011 a primeira safra de suco varietal, elaborada com uvas viníferas — como moscato e cabernet sauvignon — e vem fabricando a bebida com as mesmas uvas de castas utilizadas em vinhos finos. O produto representa 8% das vendas da empresa, que também fabrica suco integral com as uvas isabel e bordô, variedades comuns. A embalagem de 500ml custa R$ 7,10 no varejo da empresa.

— É uma alternativa para quem aprecia bons rótulos, mas tem restrição a bebidas alcoólicas. É uma apresentação elegante para quem busca sofisticação em um produto saudável. Os sucos têm safras com o ano de produção das uvas, assim como os melhores vinhos — explica Juciane Casagrande, diretora comercial do Grupo Famiglia Valduga, ao qual pertence a Casa Madeira.

A bebida também está recebendo outro tipo de investimento. Neste mês, a Cooperativa Nova Aliança — união de cinco cooperativas da região — inicia as operações de uma nova planta, em Flores da Cunha, totalmente destinada à produção de suco, com inauguração oficial prevista para março. Dos vinhos, fará apenas o envase. Com investimento de R$ 80 milhões, a unidade processará, no futuro, mais de 60 milhões de quilos de uva por ano.

— Estamos diminuindo ano a ano a quantidade de vinho e aumentando a de suco. Não é só uma questão nossa. O setor vem consumindo mais uva de mesa para suco — explica o diretor-presidente da Cooperativa Nova Aliança, Alceu Dalle Molle.

A cooperativa deve, ainda, entrar no segmento de néctares (quando o suco tem 30% de fruta, diluído e adoçado) e trabalhará com outras frutas, como laranja, pêssego, abacaxi e tangerina.

Fonte: Zero Hora

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