Publicado em: 01/12/2025 às 15:30hs
O Oeste da Bahia tornou-se o maior polo de irrigação do Brasil, ultrapassando áreas tradicionais do Nordeste de Minas Gerais. Segundo dados da Embrapa, o estado baiano ocupa o segundo lugar nacional em irrigação por pivôs centrais, com mais de 404 mil hectares irrigados, atrás apenas de Minas Gerais, que possui 637 mil hectares.
Entre 2022 e 2024, a região oeste da Bahia registrou crescimento de 232,8 mil para 332,5 mil hectares irrigados, representando 82% de toda a área irrigada do estado. Em nível municipal, São Desidério lidera o ranking nacional com 91,6 mil hectares, seguido por Barreiras, com 60,9 mil hectares, ocupando o quinto lugar no país.
De acordo com João Morais, gerente regional da Pivot Irrigação, a região apresenta topografia praticamente plana, totalmente mecanizada, e boa disponibilidade hídrica, principalmente pelo Aquífero Urucuia.
“O potencial de irrigação ainda não atingiu 16% do que poderia ser explorado. Há grande possibilidade de crescimento”, afirma Morais.
As principais culturas irrigadas incluem milho, soja, feijão e algodão, mas também frutas, trigo, arroz, café e cacau, abrangendo propriedades de diferentes portes.
O crescimento da irrigação no Oeste baiano é impulsionado pela facilidade de implantação dos sistemas, uso de tanques de geomembrana para armazenamento de água e tecnologias que permitem monitoramento e controle à distância.
“Hoje é possível ligar, desligar, monitorar e gerar relatórios diretamente pelo celular, tendo todos os dados da irrigação e da cultura em tempo real”, explica Morais.
O produtor João Paulo Gelain, de Barreiras, utiliza a tecnologia FieldNet, da Lindsay, para gerir pivôs e planejar safras de milho, soja e sorgo. Ele destaca os benefícios da irrigação para antecipar o plantio e garantir estabilidade da produção.
“Com a irrigação, consigo antecipar a produção da soja em um mês e manter a umidade ideal do solo nos momentos críticos, aumentando a produtividade e garantindo segurança financeira para o negócio”, afirma Gelain.
Além de aumentar a produtividade, a irrigação permite realizar duas safras por ano com a mesma estrutura, diluindo custos e melhorando o fluxo de caixa do produtor. Segundo Cristiano Trevizam, diretor comercial da Lindsay Brasil, projetos de irrigação bem estruturados podem aumentar a produtividade em cerca de 30%, permitindo duas a três safras na mesma área e oferecendo produtos de maior qualidade.
João Morais reforça o caráter sustentável da irrigação:
“Boa parte da água retorna ao solo ou aos aquíferos, mantendo um ciclo natural. O produtor entende que preservar a água é essencial para garantir produtividade de forma consciente e sustentável.”
Fonte: Portal do Agronegócio
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