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Mato Grosso do Sul investe em tecnologia para enfrentar mudanças climáticas e garantir produção de grãos

Com um clima tropical marcado por verões cada vez mais quentes e invernos secos, Mato Grosso do Sul enfrenta o desafio de manter a produção de grãos em meio às mudanças climáticas aceleradas e à crescente demanda por alimentos sustentáveis. O Estado tem apostado em inovações tecnológicas para assegurar a produtividade e a sustentabilidade do setor agropecuário


Publicado em: 27/05/2025 às 09:00hs

Mato Grosso do Sul investe em tecnologia para enfrentar mudanças climáticas e garantir produção de grãos

Com um clima tropical marcado por verões cada vez mais quentes e invernos secos, Mato Grosso do Sul enfrenta o desafio de manter a produção de grãos em meio às mudanças climáticas aceleradas e à crescente demanda por alimentos sustentáveis. O Estado tem apostado em inovações tecnológicas para assegurar a produtividade e a sustentabilidade do setor agropecuário.

Impactos do clima na agricultura local

A produção de soja, milho e trigo, que responde por uma parcela significativa do PIB agropecuário de Mato Grosso do Sul, tem sofrido com a irregularidade das chuvas. Segundo Nathan Harrisson Leite, técnico da empresa Netafim, “na safra 2024/25, cerca de 48% da área plantada de soja foi prejudicada pela falta de chuva, comprometendo a produtividade”.

Além disso, a escassez hídrica em momentos críticos, como o enchimento dos grãos, tem causado perdas recorrentes, especialmente no milho safrinha, que depende fortemente das chuvas de inverno.

Tecnologias para garantir eficiência e sustentabilidade

Para enfrentar esses desafios, cresce o interesse pela irrigação por gotejamento, especialmente na modalidade subterrânea. Essa tecnologia permite aplicar água e nutrientes diretamente nas raízes, com uma economia de até 50% em comparação aos métodos tradicionais.

Leite destaca que, além da economia de água, o sistema facilita a fertirrigação, otimizando o uso de insumos e contribuindo para uma produção mais sustentável. “A adoção dessas tecnologias é fundamental para que o produtor enfrente o estresse hídrico sem causar danos ao solo ou ao meio ambiente”, afirma.

Programas de incentivo à agricultura sustentável

Programas como MS Irriga, ABC e PROSOLO têm promovido práticas agrícolas sustentáveis no estado, estimulando a preservação do solo, o uso racional da água e a recuperação de áreas degradadas. De acordo com Leite, “os produtores estão cada vez mais conscientes da importância de tecnologias que aumentam a eficiência e reduzem o impacto ambiental”.

Solo fértil, mas que exige manejo cuidadoso

Grande parte do solo sul-mato-grossense é formada por Latossolos Vermelhos, especialmente férteis nas regiões sul e leste. Porém, nas áreas do norte, onde o solo é mais arenoso, o manejo adequado e o uso de tecnologias se tornam ainda mais essenciais para maximizar resultados.

Produção de grãos: base da economia estadual

A soja é a principal cultura, representando 54% do Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária de Mato Grosso do Sul. “Os municípios com maior produção de soja também têm os melhores Índices de Desenvolvimento Humano do Estado, evidenciando a importância social do agronegócio”, comenta Leite.

Entretanto, o setor ainda enfrenta desafios logísticos, como dificuldades no transporte, armazenagem e a falta de ferrovias que facilitem o escoamento para os portos. Além disso, os custos elevados de insumos e a volatilidade dos preços no mercado internacional pressionam o produtor rural.

Futuro da agricultura: foco em adaptação e inovação

Nos próximos cinco a dez anos, a tendência é ampliar a área cultivada, principalmente por meio da conversão de pastagens em lavouras sustentáveis. A agricultura de precisão, biotecnologia e sistemas de irrigação inteligentes são apontados como caminhos para aumentar a produtividade e reduzir os riscos climáticos.

“Nossa expectativa é uma transformação na forma de produzir. O futuro da agricultura depende da integração entre tecnologia, conservação ambiental e o compromisso com a segurança alimentar global”, conclui Nathan Harrisson Leite.

Fonte: Portal do Agronegócio

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