Publicado em: 15/03/2013 às 11:30hs
As atenções se concentram principalmente na produção agropecuária, mas empreendedores começam a mostrar a intenção de investir no processamento dos produtos agrícolas.
O motivo principal é que a agroindústria ainda é bastante incipiente. Somos grande exportadores de commodities - ao contrário dos italianos, que agregam valor e depois exportam.
Há muito especialistas vêm dizendo que o Brasil poderia ganhar muito mais se também agregasse valor a seus produtos, que são embarcados in natura e muitas vezes retornam processados e embalados, e com rótulos de outros países.
A própria Itália é uma grande importadora de couro brasileiro. Depois de transformá-lo em sapato vende-o para nós. Afinal, ter sapato italiano dá status.
O mesmo acontece com café, açúcar (que retorna como doces), algodão, e lã, entre outros produtos. Aliás, a Colômbia já deu o exemplo há muito tempo, embalando e vendendo seu café com marca própria e se tornando uma referência de qualidade no setor.
Mas tem gente lá fora que vê a oportunidade que surge na industrialização dos produtos agropecuários e acena com investimentos que podem superar US$ 1 bilhão, no caso da Itália.
Já os chineses entendem que é melhor apostar nas commodities e oferecem incentivos para o produtor brasileiro que se comprometer a vender para eles.
Com uma economia aquecida e com uma classe média em ascensão, os chineses precisam abastecer seu mercado. Mas também vêem a oportunidade de estimular a própria indústria com a garantia de abastecimento de matéria-prima - que, com certeza, retornará como produto acabado para o Brasil.
Precisamos repensar a forma como estamos tratando o sucesso alcançado pelo campo nos últimos anos.
Fala-se muito, e com razão, da falta de infraestrutura de transporte, armazenagem e embarque da safra agrícola. Mas também precisamos voltar nossas atenções para a agroindustrialização como forma de ampliar a renda e gerar divisas para o Brasil.
Fonte: DCI - Diário do Comércio & Indústria
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