Publicado em: 02/05/2012 às 13:10hs
O vice-presidente de Finanças, Administração e de Relações com Investidores da BRF Brasil Foods, Leopoldo Saboya, reafirmou os guidances de investimento e captura de sinergias com a fusão com a Sadia. Sobre os aportes, a BRF vai investir entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões nos próximos três anos. Somente no primeiro trimestre, os aportes somaram R$ 594 milhões, alta de 128% ante o mesmo período de 2011.
"O aumento não é para assustar. É que no ano passado estávamos com o freio de mão puxado por causa da espera da posição do Cade sobre a fusão com a Sadia. Agora, retomamos aos níveis normais de investimentos", explicou o executivo durante coletiva de imprensa.
Balanço do mercado
Com relação aos guidances de sinergias com a fusão, Saboya reafirmou a captura de sinergias líquidas antes de impostos de R$ 1 bilhão por ano entre 2012 e 2013 e a estabilização nesse patamar desse período em diante. A BRF encerrou março com uma dívida líquida de R$ 5,9 bilhões, alta de 9,3% ante a cifra de R$ 5,4 bilhões do mesmo período de 2011. Do total do endividamento bruto, 45% estão no curto prazo e 55%, no longo prazo. O caixa da companhia no período era de R$ 2,3 bilhões. "Mas temos uma liquidez de caixa de R$ 3,2 bilhões, incluindo os US$ 500 milhões do crédito rotativo fechado hoje", explicou o executivo.
A companhia também registrou lucro líquido de R$ 153 milhões no primeiro trimestre do ano, uma queda de 60% ante os R$ 383 milhões do mesmo período de 2011.
De acordo com ele, com a conquista dos três graus de investimento atribuídos pelas agências de classificação de risco Standard & Poor's, Fitch e Moody's, a BRF tende a ser uma frequente emissora no mercado (frequent issuer), não descartando eventuais próximos acessos ao mercado no ano. Se feitas, os recursos serão para alongar dívidas de curto prazo. Sobre aquisições, o executivo não quis dar mais detalhes, mas afirmou que a companhia está "sempre olhando oportunidades."
Números
Um documento distribuído à imprensa aponta que "os resultados da companhia refletem o resultado conjuntural desafiador do mercado externo, como já observado no quarto trimestre de 2011". A receita com vendas no mercado interno somaram R$ 3,919 bilhões no primeiro trimestre do ano, resultado 9% acima dos R$ 3,592 bilhões conseguidos nos meses de janeiro a março de 2011. Já as exportações da companhia somaram R$ 2,418 bilhões, número praticamente estável em relação aos R$ 2,428 bilhões comercializados no exterior no período.
Equilíbrio de oferta e demanda
Leopoldo Saboya, disse esperar que o equilíbrio entre a oferta e a demanda de carnes mundial se resolva ainda neste primeiro semestre do ano. O desequilíbrio foi o que prejudicou, segundo ele, os resultados da companhia no primeiro trimestre, principalmente de mercados relevantes para a BRF, como Oriente Médio e Japão, que reduziram os preços pagos pela proteína brasileira. "Já estamos sentindo a sobreoferta caindo, principalmente no Japão, e os preços começaram a reagir. Já é um panorama de recuperação e os sinais estão cada vez mais claros", disse o executivo.
Fonte: Agência Estado
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