Publicado em: 22/02/2013 às 20:00hs
Por meio de nota, Abilio, que deve substituir Nildemar Secches na presidência, disse estar "honrado" com a "confiança dos acionistas".
Os dez conselheiros que participaram da reunião do conselho da BRF, ontem em São Paulo, também indicaram o nome de Sergio Rosa, ex-presidente da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) no governo Lula, para a vice-presidência.Ele ocupará cota da Previ no conselho e substitui Heloisa Helena Silva de Oliveira.Pelo acordo feito entre os fundos de pensão, a Petros ganha mais espaço na BRF.
Nos últimos meses, o fundo vinha comprando ações da empresa com a intenção de ampliar a sua presença no conselho de administração. De um assento, passará a ter dois, como os demais fundos com participação relevante na BRF (Previ e Tarpon).A Petros será representada por Luis Carlos Fernandes Afonso e Carlos Fernando Costa, presidente e diretor de investimento do fundo.
Acordo
A composição Abilio-Rosa foi a saída encontrada para evitar um racha no comando da BRF e para manter o equilíbrio entre os três maiores acionistas. A chapa foi aprovada por unanimidade, e o nome de Abilio para presidir o conselho, por 8 votos a 2.
Anteontem, havia rumores de que a Petros poderia lançar uma chapa paralela para disputar o comando do conselho - fato inédito na história da companhia.
Agora, Abílio enfrentará o Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar, para manter a presidência dos conselhos da varejista e da BRF.
Os franceses pediram anteontem, em assembleia extraordinária, que Abilio renuncie ao cargo no grupo fundado por seu pai. Para o Casino, há conflito de interesses no acúmulo das duas funções, já que a BRF é fornecedora do grupo Pão de Açúcar.Abílio nega o conflito e afirma não haver impedimento na lei nem no acordo de acionistas da varejista.
A resistência ao nome do empresário na BRF também chegou ao comando dos fundos de pensão por duas entidades sindicais que representam bancários e petroleiros. Elas questionaram os presidentes dos fundos Previ e Petros sobre Abilio defender interesses da BRF ou do GPA.
Ex-presidente conduziu por 18 anos a empresa
Nildemar Secches deixará em abril o conselho de administração da BRF depois de 18 anos à frente da empresa de alimentos.
Presidente-executivo da Perdigão entre 1994 e 2008, foi responsável pela reestruturação da empresa, adquirida pelos fundos Petros e Previ quando estava prestes a quebrar.
Assumiu o conselho em 2008, quando passou a presidência para José Antonio Fay. Mas conduziu o processo de fusão com a Sadia, em 2009, e teve papel relevante na transição.
Agora, por considerar que o seu ciclo na BRF chegou ao fim, decidiu não ser reconduzido ao conselho.
A eficiência de Nildemar no comando da BRF, porém, foi colocada em dúvida recentemente por acionistas insatisfeitos com o retorno da empresa.
A aposta é que uma gestão mais agressiva possa melhorar os resultados.
A BRF teve um ano difícil. Até setembro de 2012, o lucro caiu 80%, influenciado por alta de custos e venda de ativos imposta pelo Cade para aprovar a fusão Sadia/Perdigão.
Fonte: Folha de São Paulo
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