Publicado em: 04/06/2025 às 15:30hs
A resistência da casca do ovo é fundamental para a avicultura, impactando diretamente os resultados econômicos e a saúde das aves. Em poedeiras comerciais, cascas frágeis aumentam perdas por quebras durante a coleta, transporte e venda. Já em matrizes de frangos de corte, cascas frágeis podem comprometer a viabilidade embrionária e o desempenho reprodutivo dos animais.
Segundo o nutricionista e doutor em nutrição animal da Quimtia Brasil, Gabriel Villela Dessimoni, “a casca resistente reduz quebras e protege o embrião, influenciando a troca gasosa e a temperatura, o que é essencial para uma boa taxa de eclosão”.
A formação da casca depende de diversos fatores nutricionais, especialmente da reserva de cálcio na medula óssea, adquirida durante o crescimento das aves. Manter uma boa relação entre cálcio e fósforo é essencial para garantir a estrutura óssea adequada.
Gabriel Dessimoni explica que, após as 60 semanas de idade, é recomendada a redução dos níveis de fósforo disponível na dieta para 0,25% a 0,30%, ajudando a melhorar a qualidade da casca.
Além disso, vitaminas e minerais como vitamina D3, zinco, manganês e cobre são importantes para regular a absorção de cálcio e fósforo e garantir a formação correta da matriz orgânica da casca e das cutículas do ovo.
Altas temperaturas podem prejudicar a fisiologia das aves, causando alcalose respiratória e reduzindo os níveis de bicarbonato no sangue, que é fundamental para a formação do carbonato de cálcio da casca.
Para contornar esse problema, a suplementação com bicarbonato de sódio (até 0,3%) e vitamina C é recomendada para melhorar a calcificação dos ovos em condições de calor.
O especialista ressalta que o uso estratégico de aditivos e minerais orgânicos também ajuda a suprir deficiências nutricionais, mantendo a produtividade e a qualidade da casca mesmo em situações adversas, como calor intenso ou baixa ingestão alimentar.
O aumento excessivo no peso do ovo, especialmente em fases avançadas da postura, pode comprometer a integridade da casca.
De acordo com Dessimoni, a modulação do tamanho do ovo pode ser feita reduzindo o teor de proteína bruta e aminoácidos essenciais na dieta — principalmente a metionina —, o que pode diminuir o peso do ovo em até 1 a 1,5 gramas, sem impactar negativamente a produção.
Para garantir a qualidade da casca do ovo, é essencial cuidar da nutrição, controlar o impacto do calor e ajustar o tamanho dos ovos por meio de manejo alimentar. Essas medidas contribuem para a redução de perdas e o aumento da eficiência produtiva na avicultura.
Fonte: Portal do Agronegócio
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