Publicado em: 08/07/2014 às 12:00hs
No mês passado, ainda que não tivesse revisado oficialmente suas projeções anteriores de estabilidade, a entidade estimava que a comercialização interna não registraria queda de dois dígitos este ano, segundo Milton Rego, vice-presidente da entidade. Porém, diante da performance negativa no primeiro semestre de 2014, a projeção da Anfavea é que as vendas internas tenham redução de 12% este ano ante o volume recorde de 83 mil unidades comercializadas em 2013, e somem 73 mil (o número inclui um pequeno percentual de máquinas rodoviárias).
Mesmo que a previsão para 2014 se concretize, o volume comercializado ainda será superior às 70,1 mil unidades vendidas no país em 2012. De acordo com Rego, o mercado não está saturado e o segmento continuará a crescer no Brasil nos próximos anos.
Nos últimos 12 meses até junho, as vendas domésticas de máquinas agrícolas totalizaram 74,8 mil unidades, recuo de 6% sobre igual período um ano antes. Observando outros períodos anteriores de 12 meses, é possível verificar que há ondas de crescimento e estabilidade, afirmou Rego. Para ele, o momento atual é de acomodação.
Em junho, as vendas domésticas de máquinas agrícolas das montadoras para as revendas totalizaram 5.782 unidades, redução de 6% ante maio e de 21,5% sobre o mesmo mês de 2013. No primeiro semestre de 2014, a comercialização caiu 20%, para 32.901 unidades.
Entre os motivos para a redução das vendas estão a menor rentabilidade das principais culturas agrícolas na comparação com o ano passado e a queda de confiança dos produtores rurais em relação à política macroeconômica do país, afirmou Rego. "Não significa que o mercado está ruim, está mais conservador".
Tradicionalmente o segundo semestre é o período do ano em que há maior demanda por tratores, que representam o principal volume entre as máquinas que compõem as estatísticas da Anfavea. A expectativa é que os produtores rurais voltem a elevar as compras neste período do ano. A entidade estima que a comercialização interna no segundo semestre crescerá 21,9% ante os primeiros seis meses do ano, para 40,1 mil unidades.
Para a produção, a Anfavea projeta alta de 15% no segundo semestre sobre o primeiro, para 46,4 mil unidades. De janeiro a junho, foram produzidas 40.407 unidades, 16,5% menos que em igual intervalo de 2013. Assim, a produção acumulada neste ano deve cair 13,3% ante 2013, para 87 mil unidades.
As exportações também devem crescer neste segundo semestre - 12,1% - sobre os primeiros seis meses do ano, para 7,4 mil unidades. Apesar do crescimento esperado no período, a projeção da Anfavea é de queda de 10,3% no volume exportado de máquinas agrícolas este ano, sobre 2013, para 14 mil unidades. De janeiro a junho deste ano, os embarques caíram 6,3%, para 6.569 unidades.
Rego deixará a Anfavea e seu cargo de diretor na fabricante CNH para, na próxima semana, assumir a presidência-executiva da Associação Brasileira do Alumínio. Seu lugar na Anfavea será ocupado por Ana Helena de Andrade, da AGCO.
Fonte: CNA
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